O ogro está de volta: Shrek para Sempre


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A palavra ogro é bem mais conhecida pelas crianças que pelos adultos. Foi o que descobriu o Clubinho em pesquisa feita na semana passada. Foram elas que melhor se aproximaram do verdadeiro sentido deste substantivo. Maria Eduarda , 8, dissse que o ogro é um gigante; Pedro, 6, que é feio; Gabriela, 9, que é esquisito; Júlia, 10, que é mal-educado; Leonardo, 11, que é ignorante. Laura lembrou que dizem que ele come criancinhas. Marília, 5, lembrou que o ogro faz puns na frente de todo mundo e não gosta de tomar banho.

Maria Eduarda, Pedro, Gabriela, Júlia, Leonardo e Laura têm razão. Marília também. Mas o ogro, como eles o pintaram, é figura que existe só na imaginação dos escritores. Eles o criaram assim: gigante, feio, esquisito, mal-educado e meio ignorante. Este personagem estranho, tão dife-rente dos humanos, aparece em algumas histórias escritas para crianças. No Brasil ele tem um similar. É o bicho-papão.
 
Pois tem até uma cantiga de ninar que diz assim: "Bicho-papão/ Sai de cima do telhado/ Deixa a criancinha/ Dormir sossegada". Segundo a lenda, o bicho-papão, feio e grande como o ogro, ficaria em cima dos te-lhados das casas esperando os pais dormirem para atacar e comer as crianças. Mas, como dissemos, é lenda, não existe na realidade. Um ogro  vai aparecer nesta sexta-feira em Franca. Mas só na tela do cinema do Shopping.
 
O personagem do filme é bem parecido com o descrito pela Marília. É que ela assistiu ao primeiro da série que tinha um ogro conhecido por Shrek. Agora a história se chama  Shrek para Sempre. É a quarta. Nas anterio-res havia dois ogros, Shrek e sua mulher, Fiona. Eles eram estranhos mas não ameaçavam ninguém. Neste novo filme haverá outros ogros, bem esquisitos, e Shrek terá um transtorno de comportamento que fará com que ele queira mudar de vida.

Cansado de ser bonzinho, Shrek faz um trato com um homem mau chamado Rumpelstiltiskin. Nome difícil, não é mesmo? É de origem alemã. Este humano já havia povoado as histórias dos irmãos Grimm, que escreveram muitos livros para crianças há mais de 200 anos. Pois Rumpelstil-tiskin promete a Shrek torná-lo um ogro verdadeiro, autêntico. Então o faz dormir e quando Shrek acorda...
 
Quando acorda ele está irreconhecível. Come e arrota na frente de qualquer pessoa; faz puns na lagoa; rola na lama; pega a comida com as mãos, sem usar talheres; e assusta as pessoas com seu jeito grosseiro. Vai daí que Fiona, acostumada com outro Shrek, mais gentil e delicado, não o reco-nhece. Seus amigos Burro e Gato também pensam que ele é um estranho.
 
Shrek volta a ser o ogro assustador. Mas de que adiantou? Sua mulher não quer mais saber dele. Seus amigos o evitam. Ele não tem mais com quem conversar. Fica muito triste e quer desfazer o trato com Rampelstiltskin. Mas Rampel é mau e não quer saber. Vai daí que Shrek precisará so-zinho reconquistar Fiona e seus amigos. Não será fácil ter sua  vida anterior de volta. Ele terá de passar por várias provas.
 
 
Costume e cultura do Shrek
 
 Costume é hábito, é aquilo que nos acostumamos a fazer na nossa família, no nosso grupo de amigos, na nossa cidade, no nosso país. Todos fazem e ninguém estranha. Mas precisamos entender que os costumes são diferentes de acordo com as regiões. Por exemplo, entre algumas tribos nômades (pessoas que vivem mudando de lugar) do Marrocos, um país da África, é comum comer com as mãos. Para nós que usamos talheres isso parece esquisito. Eles, por sua vez, acham estranho quando nos veem usando garfo e faca.
 
Soltar puns em público é uma extremada forma de má educação. Mas... nos tempos antigos, quem diria, era considerado gesto respeitável, acreditam? Os romanos, que tinham deuses para tudo e para todos, também elegiam o deus do pum. Ele se chamava Crepitus e de seu nome vem o verbo crepitar, que significa estalar...
 
Arrotar na frente dos outros é comportamento reprovado por muitas culturas. Quando você faz isso depois de comer, quando ainda está à mesa de refeições, é provável que sua mãe fale: "Que feio! Não faça mais isso!" Mas na China é até de bom gosto fazê-lo. Significa que a pessoa que acabou de comer gostou da refeição. Para nós é falta de educação; para eles é boa educação. Não é engraçado?
 
E há costumes que vão se transformando e já quase nem guardam mais o jeito antigo, em-bora na essência sejam a mesma coisa. Por exemplo, nos tempos bem antigos da Grécia, usava-se tomar banho de lama para tratar doenças de pele. Hoje, nos lugares de termas, como a cidade de Araxá, perto de nós, as pessoas passam por tratamentos que incluem banho de lama.
 
Por falar em banho, no Brasil temos hábito de tomar um todos os dias. Às vezes, no verão, tomamos até dois banhos diários. Isto porque vivemos num país tropical, de clima quente. Pessoas que moram em países frios não tomam banho todos os dias, assim como nos tempos muito antigos, as pessoas só tomavam banho de vez em quando, pois faltava água e era difícil tirar as muitas roupas que usavam e depois voltar a colocá-las.
 
Então... devemos entender o ogro Shrek como um ser que age de acordo com a sua cultura. Há muitas difrenças entre os humanos e suas culturas. Devemos tentar entender, não criticar e aceitar estas diferenças.

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