Venezuela, Mercosul e o Sr. Aggio


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No último dia 3 o leitor Alberto Aggio manifestou-se neste Comércio, como leitor de meus textos e, mais uma vez me agrediu com seus delírios passionais numa nítida demonstração de rancor anti-petista. Por que será? Não acredito, sinceramente, que o conteúdo dos meus artigos o incomode tanto e que haja tanta discordância assim. Aliás, nas suas críticas, ele pinça partes do artigo e comenta tendenciosamente. Bem, informo ao Sr. Aggio que também sou crítico do PT, razão do olhar hostil que recebo de alguns petistas, mas, o que acho estranho, é o Sr. Aggio ignorar - nas suas críticas ao PT - a sua própria história política de militante (conforme se auto denomina) do antigo PCB e hoje militante do PPS, partido sem identidade ideológica e política e mero apêndice organicista do oportunismo dos antigos `camaradas` que, facilmente são cooptados pelos seus históricos algozes, hoje no DEM, alguns no PSDB e muitos na elite nacional. O Sr. Aggio, na sua crítica, não deixa claro sobre o que pensa do `camarada` Hugo Chaves e se é a favor ou contra e entrada da Venezuela no Mercosul. Eu declaro publicamente que não sou nem um pouco simpático a ele (Chaves), mas defendo a importância do livre comércio, senão estaria sendo incoerente quando, tantas vezes, manifestei minha discordância com o boicote econômico americano a Cuba de Fidel. Aliás, o antigo PCB também se opunha ao boicote. Outro aspecto do seu comentário que me causou estranheza pela arrogância e prepotência em querer julgar o meu comportamento político é quando diz que: `como integrante do PT o articulista revela, como sempre, desprezo pela democracia`. Ora, baseado em que o Sr. diz isso? No meu artigo, se atentar, verá que digo em determinado momento que o meu foco foi, ao redigir, o aspecto da `importância econômica e comercial que esse país representa para o Brasil` e que `nem entraria em considerações de outra ordem`. Mais adiante, Sr. Aggio, manifestei, também, minha desaprovação à violação da democracia na Venezuela. Portanto, distorcer minhas palavras e utilizá-las para registrar seu desafeto com o PT é nítido diversionismo intelectual. E, dizer que o Lula, eu e demais militantes do PT temos a `mesma visão dos militares que comandaram a ditadura militar...` é um escorregão intelectual. Sr. Aggio, há 28 anos sou mascate internacional. Já vendi sapatos para importador judeu que os revendia a árabes palestinos em pleno conflito. Já vendi sapatos para representante do governo americano que intermediava as compras para o governo soviético (em plena Guerra Fria) e também vendi sapatos para empresa americana autorizada a comercializar com Cuba. O que move – infelizmente – as relações humanas é o comércio. No mundo atual, para nossa infelicidade, querer vincular interesses econômicos e internacionais com democracia é, certamente, ter uma visão desfocada da realidade. Aliás, Lênin definia a democracia como a `melhor forma de dominação da burguesia` – aqui dou um gancho importante ao professor Aggio para discorrer sobre Gramsci que trabalhou muito bem o conceito de Democracia. Assim, onde há `democracia` não há, necessariamente, liberdade e felicidade. Cassiano Pimentel Agente de exportação e professor universitário

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