
Uma velha placa jogada sobre um carrinho de neném nos fundos do imóvel avisa: “Cuidado, cão bravo”. O animal feroz em questão é “Lucky”, um pitbull que completará dois anos no dia 9 de setembro. Segundo os proprietários, o animal é dócil e nunca apresentou comportamento violento. No início da tarde de ontem, ele mostrou suas garras e atacou dois homens no Jardim Aeroporto II. As vítimas foram parar no pronto-socorro e “Lucky”, encaminhado para o canil municipal. Foi o segundo ataque de cão em Franca em apenas cinco dias. O mês do “cachorro louco” está apenas começando.
A ocorrência de ontem aconteceu no interior de uma residência da Rua Ciro Eduardo Rosa Faleiros. O servente de pedreiro Edgar Samuel Batista de Andrade, 48, realizava reparos no imóvel. Como era a primeira vez que trabalhava no local, a moradora prendeu o cão nos fundos. Uma porta de ferro colocada de forma diagonal no corredor era o único obstáculo (no máximo 70 centímetros) para tentar manter o cachorro preso.
Por volta das 14h30, Edgar foi até uma torneira do hidrômetro tomar água. “Lucky” pulou a porta e atacou o homem nas pernas e mãos. Ao tentar se livrar das mordidas, caiu e bateu a cabeça no chão. A essa altura, a dona de casa, Renata Souza Castro Carrero, 25, que estava nos fundos com o filho de dez meses, começou a gritar. Com medo, ela se trancou com a criança dentro de casa.
O pai de Renata, o pespontador Renato Aparecido de Castro, 47, que mora em frente, entrou correndo na casa para tentar ajudar o servente. Ele também levou uma mordida no braço direito. Por pouco, sua veia artéria não foi atingida. Com esforço e a ajuda de vizinhos, as vítimas conseguiram se soltar e saíram correndo para a rua. O pitbull ficou trancado na garagem e saltava a todo o momento no portão. No corredor, ficaram as botas de borracha do servente rasgadas pelas presas do animal e uma camisa suja de sangue. “Estava me preparando para dar banho no meu filho, quando escutei o pedreiro gritando e pedindo socorro. Saí para ajudar e vi o cachorro em cima dele. Acredito que ele achou que fosse algum estranho. O Lucky convive com a gente e nunca havia dado problemas. Não quero saber mais dele, mas espero que não o matem”, disse Renata.
O capturador de animais, Clésio Aparecido de Lima foi acionado e enfrentou dificuldades para imobilizar e colocar o cão na carrocinha, que, na verdade, é um caminhão. “O Pitbull é uma raça muito perigosa mesmo. O animal estava muito nervoso e partiu para cima de mim também”. Clésio disse recolher uma média de cinco cães ferozes todas as semanas na cidade.
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