ENFRENTAMENTO

Servidores de Campinas se mobilizam contra violência à mulher

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Ato do movimento Laço Branco reuniu 200 servidores no Paço Municipal e reforçou o papel dos homens e da educação no combate à violência contra mulheres.
Ato do movimento Laço Branco reuniu 200 servidores no Paço Municipal e reforçou o papel dos homens e da educação no combate à violência contra mulheres.

Cerca de 200 servidores públicos municipais participaram, nesta sexta-feira (19), de um ato de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, realizado no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas. A atividade integrou a mobilização do movimento Dia do Laço Branco e reuniu representantes de diversas secretarias, além de um número expressivo de integrantes da Guarda Civil Municipal.

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O encontro teve como foco a responsabilização masculina no enfrentamento da violência de gênero e contou com a palestra “A importância da conscientização e mobilização dos homens para o fim da violência contra as mulheres”, conduzida pelo comunicador e mediador de conflitos Fabrício Dorigati. Embora voltado prioritariamente aos servidores municipais, o evento foi aberto ao público.

Presente no ato, o prefeito Dário Saadi destacou que a transformação passa pela mudança de comportamento e de valores. “A mulher não é posse. É fundamental enfrentar práticas machistas e compreender que essa luta também é dos homens”, afirmou durante a atividade.

A secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Alessandra Herrmann, ressaltou que a ação marcou o encerramento de um ciclo de atividades promovidas durante o período do Laço Branco. “Essa é uma luta coletiva. Precisamos romper com padrões que naturalizam a dominação masculina e a submissão feminina, e isso começa desde a infância”, declarou.

Educação como eixo central

Durante a palestra, Fabrício Dorigati reforçou que o combate à violência contra a mulher precisa ter início ainda nos primeiros anos de formação. Segundo ele, o ambiente escolar é estratégico para promover reflexões sobre machismo, patriarcado e misoginia, criando espaços de diálogo e escuta.

“A escola é fundamental para a construção de relações baseadas no respeito, na empatia e na cooperação. Quanto mais cedo esse debate acontece, maiores são as chances de formar adultos com uma masculinidade mais saudável”, explicou.

Também participaram da mesa representantes das secretarias municipais de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Educação, Trabalho e Renda e Comunicação, reforçando o caráter intersetorial da mobilização.

Origem do movimento

O movimento Laço Branco surgiu em 1989, no Canadá, após o assassinato de 14 estudantes de Engenharia em Montreal. Desde então, homens passaram a usar o laço branco como símbolo do compromisso com o fim da violência contra as mulheres. A iniciativa ganhou alcance internacional e, desde 2001, conta com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), estando presente hoje em cerca de 60 países.

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