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Unicamp retoma Consu on-line para votar autarquização da saúde

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/Unicamp
Reitor convoca retomada remota do Consu após invasões e coloca em votação a proposta de autarquização da saúde e expansão acadêmica.
Reitor convoca retomada remota do Consu após invasões e coloca em votação a proposta de autarquização da saúde e expansão acadêmica.

reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, decidiu retomar nesta quinta-feira (18), a partir das 15h, de forma remota, a 5ª reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consu), interrompida duas vezes por manifestantes na terça-feira (16). Na pauta, está a votação da submissão ao governo do Estado de São Paulo da proposta de autarquização da área da saúde, além do plano de expansão acadêmica da universidade.

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A decisão, segundo o reitor, busca concluir formalmente a sessão iniciada na manhã de terça-feira, que teve duração de cerca de 1h30 antes da primeira interrupção, quando a sala do Consu foi invadida por membros da comunidade estudantil, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) e integrantes de movimentos sociais. A reunião chegou a ser retomada à tarde, mas nova invasão levou à suspensão definitiva dos trabalhos naquele dia.

Para Montagner, a retomada é uma medida necessária para preservar o funcionamento institucional da universidade. “Decidimos retomar a reunião como uma forma de preservar a institucionalidade da Universidade”, afirmou. “E para que essa institucionalidade seja mantida, é necessário que retomemos essa reunião”, completou.

O reitor explicou que a opção pelo formato remoto foi adotada por razões de segurança. “Diante das condições dadas, quando as salas foram invadidas por duas vezes, fomos obrigados a fazer uma reunião on-line, até mesmo para garantir a segurança das pessoas”, disse.

A proposta que será analisada pelos conselheiros prevê a transformação da atual área da saúde da Unicamp em uma autarquia, a ser submetida ao Estado, mantendo o vínculo acadêmico com a universidade para atividades de ensino, pesquisa e formação profissional. Segundo a Reitoria, a medida é apresentada como alternativa para enfrentar o déficit financeiro da saúde universitária e viabilizar a ampliação de cursos, vagas e contratações.

Nos últimos dias, o projeto recebeu apoio público de seis ex-diretores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Em carta encaminhada à congregação da unidade e ao próprio Consu, os ex-dirigentes reconhecem que o complexo hospitalar da Unicamp é qualificado, mas insuficiente para atender plenamente a demanda regional. Para eles, “a possibilidade de transformação do complexo hospitalar da Unicamp em autarquia configura uma oportunidade singular, que não deve ser desperdiçada”.

Os ex-diretores também afirmam que a proposta não representa uma ruptura institucional, mas um caminho para garantir crescimento sustentável. “Trata-se, antes, do caminho institucional que, atualmente, permite projetar o crescimento necessário da área da saúde e, paralelamente, ampliar a capacidade de desenvolvimento da própria Unicamp enquanto universidade pública de referência”, destacam no documento.

A retomada da reunião ocorre em meio à manutenção da greve de parte dos servidores da área da saúde, que se posicionam contra a proposta e defendem a retirada do projeto da pauta. A votação desta quinta-feira deve marcar um novo capítulo de um dos debates mais sensíveis da história recente da universidade.

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