MATÉRIA ATUALIZADA

Vereadores já têm 9 assinaturas para abertura de CEI da Sucata

Redação
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Câmara/Bauru
Estela levou o assunto ao Legislativo
Estela levou o assunto ao Legislativo

Um grupo de vereadores da Câmara Municipal de Bauru se organizou no último final de semana para a instauração de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) visando apurar denúncias de desvio de bens inservíveis e sucatas pertencentes à Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural (Emdurb). A iniciativa é da vereadora Estela Almagro (PT), que já tem nove assinaturas ao pedido (dela própria, Márcio Teixeira, Eduardo Borgo, Marcelo Afonso, José Roberto Segalla, Arnaldinho Ribeiro, Cabo Helinho, Andé Maldonado e Jr. Lokadora). Para ser instalada, a CEI precisa de, no mínimo, sete assinaturas.

A instalação da apuração deve ocorrer apenas na volta do recesso legislativo, em fevereiro. A sessão de hoje é a última do ano e nela será discutida como a CEI será encaminhada.

Segundo o documento, as denúncias estão relacionadas a fatos ocorridos após o forte vendaval registrado em 22 de setembro de 2025, que atingiu diversos pontos da cidade, causando a queda de árvores e semáforos, danos à rede elétrica e o destelhamento de imóveis públicos e residenciais. Entre os locais afetados está o Terminal Rodoviário “Dirço Durval dos Santos”, que passava por obras de reforma para reinauguração.

Na ocasião, parte significativa da cobertura metálica do terminal foi arrancada pela força dos ventos, provocando prejuízos e levando à interdição do espaço. Diante da situação, uma força-tarefa com funcionários foi mobilizada para a limpeza da área, retirada de árvores e remoção das estruturas metálicas que caíram ao solo, com o objetivo de permitir a retomada rápida das obras.

O ofício do pedido de CEI destaca, no entanto, que a destinação dos materiais considerados inservíveis, resultantes da destruição causada pelo vendaval, não foi devidamente esclarecida. De acordo com Estela, na última semana passaram a circular informações apontando uso indevido e desvio de finalidade dos recursos financeiros obtidos com a comercialização dessas sucatas.

Para os vereadores subscritores, caso confirmadas, as irregularidades configuram afronta aos princípios da legalidade e da moralidade administrativa, que norteiam a atuação do poder público. Diante disso, o grupo defende a necessidade de investigação formal por meio de uma CEI, com poderes para requisitar documentos, ouvir testemunhas e esclarecer os fatos.

Polícia Civil também está com caso em investigação. Hoje, inclusive, equipes estiveram na Emdurb, conforme a vereadora Estela Almagro denunciou na Tribuna e a reportagem apurou junto a delegados.

Posição da Emdurb

"A Emdurb esclarece que os materiais considerados inservíveis foram devidamente vendidos, conforme prática administrativa permitida, e os valores arrecadados foram integralmente destinados à aquisição de materiais e móveis para uso da própria empresa. Não houve, em nenhum momento, desvio de recursos para fins particulares ou para bens que não sejam de uso institucional da Emdurb. A empresa informa ainda que foi instaurado procedimento interno (sindicância) com o objetivo de verificar a forma como o processo administrativo foi conduzido, incluindo as etapas internas e eventuais responsabilidades, assegurando transparência e observância às normas. A apuração em curso busca exclusivamente analisar os procedimentos adotados, especialmente considerando que parte das telhas encontrava-se sem condições de reaproveitamento, reafirmando o compromisso da Emdurb com a legalidade, a correta gestão dos recursos públicos e a transparência administrativa."

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