POLÍTICA

Flávio Paradella: Vai ser um dia de clima pesado na Câmara

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Sessão desta quarta (29) deve ser marcada por embates políticos e leitura do pedido de Comissão Processante contra Mariana Conti.
Sessão desta quarta (29) deve ser marcada por embates políticos e leitura do pedido de Comissão Processante contra Mariana Conti.

A Câmara Municipal de Campinas tem apenas uma reunião, mas o potencial é explosivo. A única sessão ordinária — marcada para esta quarta-feira (29), às 18h — promete ser longa, tensa e marcada por mais um embate político com a leitura do pedido de Comissão Processante (CP) contra a vereadora Mariana Conti (PSOL).

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Inicialmente, o confronto estava previsto para segunda-feira (27), mas a sessão foi cancelada devido à antecipação do feriado do Dia do Servidor Público. Assim, a reunião desta quarta concentrará todas as atenções — tanto pela pauta de projetos importantes quanto pela inevitável polarização política que deve novamente tomar conta do plenário.

A expectativa é de plenário cheio e manifestantes nas galerias, atendendo à convocação feita por Mariana e seus apoiadores, que devem comparecer em peso. A vereadora voltou a ser alvo de setores da direita, que insistem na abertura de uma CP para investigar sua licença não remunerada para integrar a missão humanitária na Faixa de Gaza — mesmo com a informação da própria Câmara atestando que não há irregularidade no afastamento.

Conforme o Regimento Interno, pedidos de Comissão Processante têm prioridade na pauta e devem ser analisados antes de qualquer outro projeto, o que já indica uma sessão longa, conflituosa e imprevisível. Dificilmente a noite passará sem discursos inflamados, apartes e interrupções — o que pode levar ao adiamento da votação dos projetos programados.

A pauta desta 66ª Reunião Ordinária traz projetos até que relevantes para o desenvolvimento urbano e ambiental da cidade, como a revisão do Procentro — programa de incentivos fiscais para reocupação do Centro — e o programa de microflorestas urbanas, que busca ampliar áreas verdes e mitigar ilhas de calor.

Apesar da importância, ambos correm o risco de serem ofuscados pelo clima de guerra política.  Não seria nenhuma surpresa a sessão acabar com o adiamento da pauta e os itens serem represados para apreciação na próxima sessão ordinária.

Câmara discute orçamento de R$ 11,7 bilhões

A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de Campinas realiza na terça-feira, 4 de novembro, às 18h, a 54ª audiência pública do ano, para discutir o Projeto de Lei Ordinária (PLO) nº 380/2025, que trata do Orçamento-Programa do Município para 2026.

A proposta, enviada pelo prefeito Dário Saadi, será debatida no Plenário José Maria Matosinho, na sede do Legislativo, localizada na Avenida Engenheiro Roberto Mange, nº 66, Ponte Preta. A participação popular será garantida presencialmente e também on-line, por meio de link que será disponibilizado na página inicial do site www.campinas.sp.leg.br.

O evento é convocado com base no artigo 85, inciso IV, do Regimento Interno da Câmara, e assinado pelo vereador Carlinhos Camelô (PL), presidente da Comissão de Finanças e Orçamento.

A Lei Orçamentária Anual (LOA), protocolada na última terça-feira (30) pela Prefeitura, estima R$ 11,7 bilhões para o exercício de 2026, um crescimento de 8,5% em relação ao orçamento anterior. O texto segue agora para análise dos vereadores.

Na distribuição dos recursos, a Educação e a Fumec concentram R$ 2,649 bilhões — sendo R$ 2,378 bilhões para a Secretaria de Educação e R$ 270,6 milhões para a Fundação Municipal para Educação Comunitária. A Saúde receberá R$ 2,365 bilhões, incluindo os investimentos na Rede Mário Gatti.

Outras áreas com destaque orçamentário são Serviços Públicos, com R$ 813 milhões; Assistência Social, com R$ 417,6 milhões; e Transportes, com R$ 334,4 milhões.

No campo previdenciário, o Camprev terá um aporte de R$ 1,94 bilhão, enquanto os Encargos Gerais — que incluem pagamento de dívidas, precatórios e aportes complementares — somam R$ 1,268 bilhão.

O projeto também reserva R$ 256 milhões para a Câmara Municipal e R$ 113,8 milhões para as controversas emendas impositivas dos vereadores.

  • Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br.

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