A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Nexus Aliciae, com foco no combate a uma organização criminosa transnacional de tráfico de drogas que utilizava aeroportos brasileiros, entre eles o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. O grupo atuava por meio de transportadores que ingeriam cápsulas de cocaína para levar a droga à Espanha, França, Itália e Suíça.
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Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão, autorizados pela juíza federal Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, da 9ª Vara Federal de Campinas, em cidades do Ceará e do Rio Grande do Sul. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores ligados aos investigados.
Estrutura da quadrilha
Segundo a investigação, iniciada após um flagrante em Viracopos, em setembro de 2023, a rede tinha dois núcleos principais:
- cooptadores: responsáveis por recrutar transportadores, oferecer suporte logístico (como compra de passagens e hospedagem), além de instruções sobre vestimentas e rotas. Este núcleo era formado por cinco pessoas, sendo quatro mulheres e um homem;
- transportadores: grupo com 17 integrantes, nove mulheres e oito homens, que ingeriam cápsulas de cocaína para levá-las ao exterior.
Ao longo do inquérito, foram feitos oito flagrantes e presas 11 pessoas no Brasil e em outros países, em ações que ocorreram em aeroportos de São Paulo, Campinas, Fortaleza, Corumbá e também na Europa.
Apreensões e flagrantes
Entre os casos registrados estão:
- julho de 2022, na Suíça: uma mulher foi presa com 70 cápsulas de cocaína;
- novembro de 2022, em Paris: prisão de uma cooptadora e de um transportador;
- março de 2023, em Corumbá (MS): uma transportadora flagrada com 130 cápsulas (760g);
- julho de 2023, em Guarulhos: duas prisões, incluindo uma passageira com 140 cápsulas (630g);
- setembro de 2023, em Viracopos: uma transportadora levava 563g de cocaína em cápsulas, caso que deu origem às investigações;
- fevereiro de 2024, em Guarulhos: uma mulher presa com 195 cápsulas (975g) de cocaína com destino à Itália.
O nome e as penas
O nome da operação faz referência ao termo em latim “Nexus Aliciae”, traduzido como “rede interconectada por meio do aliciamento”, em alusão à prática criminosa de seduzir e cooptar pessoas para transportar drogas.
Os investigados responderão por tráfico internacional de drogas e organização criminosa, crimes que, juntos, podem ultrapassar 35 anos de prisão.
Histórico recente
Essa é a 8ª operação da Polícia Federal em 2025 para atingir aliciadores, financiadores e organizadores do tráfico por aeroportos. Somadas às operações Sentinela (2023) e Portão Oito (2024), já foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão no período.