O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, publicou no X (ex-Twitter) que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), “redobrou a aposta” e determinou medidas cautelares contra o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após o vídeo dele para o presidente dos EUA, Donald Trump, na quinta-feira (17).
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“Moraes determinou hoje para Jair Bolsonaro: usar tornozeleira eletrônica; não pode sair de casa entre 19h e 7h; não pode usar redes sociais; está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros; não pode se aproximar de embaixadas; e não pode falar com outras pessoas sob investigação (eu e meu irmão Carlos estamos sob investigação)”, escreveu Eduardo.
A postagem (veja abaixo) foi feita em inglês e horas depois de Bolsonaro ter sido alvo de operação da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (18), por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
Por determinação do ministro, Bolsonaro terá de usar tornozeleira eletrônica e cumprir uma série de medidas cautelares, como recolhimento domiciliar das 19h às 7h e aos finais de semana, proibição de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros e de não se aproximar de embaixadas.
Eduardo está nos Estados Unidos desde o começo do ano fazendo lobby por sanções a autoridades brasileiras, na esperança de reverter uma possível sentença desfavorável contra o pai.
A suspeita é de crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão nas casas do ex-presidente em Brasília e no Rio de Janeiro e na sede do PL.
A PF apreendeu dólares na residência de Bolsonaro em Brasília. Segundo apuração da CNN Brasil, os policiais apreenderam cerca de 14 mil dólares na casa do ex-presidente. Há suspeita de que o dinheiro pudesse ser usado para uma fuga do Brasil.
As medidas acontecem após o presidente dos EUA, Donald Trump, enviar carta a Bolsonaro atacando o processo judicial. Na quinta-feira (17), Trump publicou nas redes sociais uma carta em que diz que o ex-presidente brasileiro está recebendo um "tratamento terrível pelas mãos de um sistema injusto".
Bolsonaro é réu pela trama golpista, que está sendo julgada no STF. Nesta semana, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou as alegações finais, uma das últimas etapas do processo. As defesas ainda poderão se manifestar antes do julgamento, que pode condenar ou absolver o ex-presidente por crimes que somam mais de 40 anos de prisão.
Outro lado.
A defesa de Bolsonaro se manifestou e disse que recebeu com "surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário".
Afirmou ainda que a defesa vai se posicionar no momento oportuno após ter acesso a todo o teor da determinação judicial.
