SECURA EXTREMA

Campinas enfrenta julho sem chuva e com ar ainda mais seco

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PMC
Julho de 2025 não registrou chuva em Campinas até agora, repetindo situação rara que só ocorreu em outros dois anos desde 2000.
Julho de 2025 não registrou chuva em Campinas até agora, repetindo situação rara que só ocorreu em outros dois anos desde 2000.

Campinas enfrenta um julho atípico e extremamente seco em 2025, sem o registro de um único milímetro de chuva até esta quinta-feira (17). O dado é do Cepagri da Unicamp, que confirma a repetição de um fenômeno raro: o mês sem nenhuma precipitação já havia ocorrido apenas outras duas vezes neste século — em 2017 e em 2008.

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Julho é historicamente um período de estiagem na região, com média de 38 mm de chuvas, segundo a série histórica. No entanto, a ausência total de precipitação este ano chama atenção, especialmente pelo impacto no abastecimento de água e na qualidade do ar.

A temperatura média registrada até agora foi de 17,9ºC, levemente abaixo da média histórica para o mês, que é de 18,3ºC, considerando mínimas e máximas. Ainda assim, a sensação de tempo seco persiste, com baixa umidade do ar, o que pode agravar problemas respiratórios e aumentar o risco de incêndios em áreas de vegetação.

O clima seco também atinge diretamente o Sistema Cantareira, responsável por parte do abastecimento da Grande São Paulo e da região de Campinas. Na área do reservatório, choveu apenas 0,4 mm em julho. Com isso, o volume armazenado caiu de 47,1% no dia 1º para 43,7% nesta quinta-feira.

A situação reforça a importância do uso consciente da água e da atenção aos cuidados com a saúde, especialmente em períodos de baixa umidade.

Alerta máximo para risco de queimadas

A região de Campinas está sob alerta máximo para risco de incêndios florestais e urbanos nesta quinta (17) e sexta-feira (18). A condição crítica foi informada pela Defesa Civil do Estado de São Paulo, que colocou praticamente todo o território paulista em estado de atenção devido ao calor intenso, baixa umidade do ar e tempo seco.

Em Campinas, a umidade relativa do ar (URA) chegou a 29,2% nesta quarta-feira (16), índice já considerado de atenção. Para os próximos dias, a previsão é que a URA caia ainda mais, com registros abaixo de 30%, o que amplia o risco de focos de fogo em matas, terrenos e áreas verdes.

A Defesa Civil de Campinas orienta a população a evitar atividades físicas ao ar livre entre 11h e 15h, beber bastante água, umidificar os ambientes e redobrar os cuidados com o descarte de lixo e uso do fogo. “Estamos em alerta para o risco de incêndios na região de Campinas e em todo o estado. Caso vejam um incêndio, os moradores precisam avisar o Corpo de Bombeiros pelo 193”, reforça Sidnei Furtado, coordenador regional da Defesa Civil.

Campinas mantém ativa a Operação Estiagem, com ações coordenadas por um comitê intersetorial que reúne órgãos municipais. A proposta é prevenir queimadas, proteger áreas ambientais e reduzir impactos à saúde da população.

Além da orientação, a cidade possui leis específicas que proíbem queimadas urbanas e rurais. Para terrenos comuns, a multa é de 200 UFICs (R$ 976,10). Em áreas agrícolas, a penalidade pode chegar a 5.000 UFICs por hectare, cerca de R$ 24,4 mil, caso não haja autorização para queima controlada. Também é vetada a queima de lixo, mato ou qualquer material na zona urbana, com multas que variam de R$ 976 a R$ 4.880,50, dependendo da gravidade.

A prefeitura reforça que queimadas prejudicam o meio ambiente, afetam a fauna e a flora e aumentam doenças respiratórias, especialmente em crianças e idosos.

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