Campinas enfrenta um julho atípico e extremamente seco em 2025, sem o registro de um único milímetro de chuva até esta quinta-feira (17). O dado é do Cepagri da Unicamp, que confirma a repetição de um fenômeno raro: o mês sem nenhuma precipitação já havia ocorrido apenas outras duas vezes neste século — em 2017 e em 2008.
- Clique aqui para fazer parte da comunidade da Sampi Campinas no WhatsApp e receber notícias em primeira mão.
Julho é historicamente um período de estiagem na região, com média de 38 mm de chuvas, segundo a série histórica. No entanto, a ausência total de precipitação este ano chama atenção, especialmente pelo impacto no abastecimento de água e na qualidade do ar.
A temperatura média registrada até agora foi de 17,9ºC, levemente abaixo da média histórica para o mês, que é de 18,3ºC, considerando mínimas e máximas. Ainda assim, a sensação de tempo seco persiste, com baixa umidade do ar, o que pode agravar problemas respiratórios e aumentar o risco de incêndios em áreas de vegetação.
O clima seco também atinge diretamente o Sistema Cantareira, responsável por parte do abastecimento da Grande São Paulo e da região de Campinas. Na área do reservatório, choveu apenas 0,4 mm em julho. Com isso, o volume armazenado caiu de 47,1% no dia 1º para 43,7% nesta quinta-feira.
A situação reforça a importância do uso consciente da água e da atenção aos cuidados com a saúde, especialmente em períodos de baixa umidade.
Alerta máximo para risco de queimadas
A região de Campinas está sob alerta máximo para risco de incêndios florestais e urbanos nesta quinta (17) e sexta-feira (18). A condição crítica foi informada pela Defesa Civil do Estado de São Paulo, que colocou praticamente todo o território paulista em estado de atenção devido ao calor intenso, baixa umidade do ar e tempo seco.
Em Campinas, a umidade relativa do ar (URA) chegou a 29,2% nesta quarta-feira (16), índice já considerado de atenção. Para os próximos dias, a previsão é que a URA caia ainda mais, com registros abaixo de 30%, o que amplia o risco de focos de fogo em matas, terrenos e áreas verdes.
A Defesa Civil de Campinas orienta a população a evitar atividades físicas ao ar livre entre 11h e 15h, beber bastante água, umidificar os ambientes e redobrar os cuidados com o descarte de lixo e uso do fogo. “Estamos em alerta para o risco de incêndios na região de Campinas e em todo o estado. Caso vejam um incêndio, os moradores precisam avisar o Corpo de Bombeiros pelo 193”, reforça Sidnei Furtado, coordenador regional da Defesa Civil.
Campinas mantém ativa a Operação Estiagem, com ações coordenadas por um comitê intersetorial que reúne órgãos municipais. A proposta é prevenir queimadas, proteger áreas ambientais e reduzir impactos à saúde da população.
Além da orientação, a cidade possui leis específicas que proíbem queimadas urbanas e rurais. Para terrenos comuns, a multa é de 200 UFICs (R$ 976,10). Em áreas agrícolas, a penalidade pode chegar a 5.000 UFICs por hectare, cerca de R$ 24,4 mil, caso não haja autorização para queima controlada. Também é vetada a queima de lixo, mato ou qualquer material na zona urbana, com multas que variam de R$ 976 a R$ 4.880,50, dependendo da gravidade.
A prefeitura reforça que queimadas prejudicam o meio ambiente, afetam a fauna e a flora e aumentam doenças respiratórias, especialmente em crianças e idosos.