CAMPANHA SALARIAL

Servidores de Campinas rejeitam proposta e querem reajuste maior

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/PMC
Prefeitura propõe 5,53% de reajuste, mas servidores pedem 17,62% e destacam cenário de valorização para altos cargos.
Prefeitura propõe 5,53% de reajuste, mas servidores pedem 17,62% e destacam cenário de valorização para altos cargos.

A campanha salarial dos servidores públicos de Campinas começou oficialmente com impasse entre o Executivo e o sindicato da categoria. Na primeira reunião da mesa de negociação, realizada nesta segunda-feira (20), a Prefeitura propôs reajuste de 5,53% — equivalente ao IPCA acumulado em 12 meses —, enquanto o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (STMC) reivindica aumento de 17,62%.

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A proposta do governo municipal contempla também o vale-alimentação e o auxílio-nutricional. Para o vice-prefeito Wanderley de Almeida, que conduz as tratativas como secretário de Relações Institucionais, o reajuste está condicionado ao “teto possível” dentro da realidade fiscal da cidade. "Eu tenho um teto e as reivindicações têm que ser alocadas neste teto", afirmou.

Além do índice, foram abordados na reunião temas como a implantação do Plano de Medicamentos, a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e pautas específicas de técnicos de segurança, engenheiros e servidores do Camprev, instituto responsável pela previdência municipal.

Do lado dos trabalhadores, a avaliação é de nenhum avanço concreto até aqui. O STMC classificou a proposta como insuficiente e reafirmou que o reajuste reivindicado busca recuperar perdas históricas e valorizar os servidores ativos, aposentados e pensionistas — que somam mais de 28 mil pessoas na estrutura pública de Campinas.

A próxima reunião foi agendada para a segunda-feira, 26 de maio, às 14h, na Sala Azul do Paço Municipal.

Componente político e polêmica

negociação salarial de 2025 ocorre em meio a um ambiente de pressão política, amplificado após a Câmara Municipal aprovar — com insistência do governo Dário Saadi — aumento nos salários de diretores de autarquias e cargos comissionados, que passaram a receber R$ 37 mil mensais, mesmo valor dos secretários municipais e do próprio prefeito.

Nesse caso, o reajuste ultrapassou os 60%, o que gerou forte reação entre os servidores, que apontam a discrepância na política de valorização. A medida ainda é lembrada pelos servidores e, principalmente, pela oposição, como símbolo do descompasso entre o tratamento dado ao alto escalão e à base funcional.

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