TRADIÇÃO

Festa do Boi Falô anima Barão Geraldo nesta sexta-feira

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Celebração em Barão Geraldo resgata lenda afro-brasileira e reúne apresentações culturais, oficinas e a tradicional macarronada.
Celebração em Barão Geraldo resgata lenda afro-brasileira e reúne apresentações culturais, oficinas e a tradicional macarronada.

A tradicional Festa do Boi Falô acontece nesta sexta-feira, 18 de abril, das 10h às 16h, na Rua Manoel Antunes Novo, 822, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. Com entrada gratuita, o evento traz uma programação cultural voltada à memória popular e religiosa, com destaque para a já tradicional macarronada servida à comunidade.

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Criada em 1988 para celebrar o centenário da Abolição da Escravidão, a festa tem como base uma lenda regional que atravessa gerações e guarda significados profundos sobre fé, resistência e ancestralidade.

A história mais conhecida relata que um homem escravizado, Toninho, foi obrigado a trabalhar em uma Sexta-feira Santa. No pasto, um boi teria dito: “Toninho, hoje não é dia de trabalhar; hoje é dia de se guardar”. O relato do animal falante teria mudado o rumo da fazenda, tornando até o capataz um rezador.

A programação inclui apresentações musicais, com o grupo Caixeirosas entre 11h e 12h, seguida de uma bênção religiosa às 12h. As crianças terão espaço garantido com oficina de artesanato das 11h às 14h, conduzida por Emília Reily de Souza, especialista em figurino de ópera e educadora em projetos culturais.

Além da versão clássica da lenda, a Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo também relata uma outra narrativa, ambientada no Capão do Boi, em que o boi adverte sobre a importância do dia santo. Ambas as versões ressaltam elementos da religiosidade popular e da cultura afro-brasileira, que são pilares da celebração.

O evento é apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e faz parte do calendário oficial da cidade, com o objetivo de manter viva a cultura oral e as tradições locais. O historiador Warney Smith Silva, um dos organizadores, destaca o simbolismo da festa: “Somos todos parte de um território livre, coletivo e festeiro. Em tempos digitais, preservar uma lenda que nos lembra ‘hoje não é dia de trabalhar’ é um ato de resistência cultural”.

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