LONGEVIDADE

Nadadora treina em Campinas para encarar 70 km no mar aos 70 anos

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Clube Cultura
Fabienne Guttin desafia os limites da longevidade e da resistência ao nadar 70 km em sete dias no mar de Ubatuba para comemorar o aniversário.
Fabienne Guttin desafia os limites da longevidade e da resistência ao nadar 70 km em sete dias no mar de Ubatuba para comemorar o aniversário.

Aos 69 anos, Fabienne Guttin, atleta master e uma das melhores nadadoras do mundo na categoria 65+, se prepara para um desafio impressionante: nadar 70 quilômetros no mar em sete dias. A prova, que será realizada a partir de 21 maio no litoral norte de São Paulo, marca a celebração de sua nova idade e busca dar visibilidade ao esporte para atletas longevos. "Lancei um desafio para mim mesma: vou nadar sete dias seguidos no mar, 10 km por dia. Eu quero completar 70 km, porque em maio faço 70 anos", explica Fabienne.

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Treinando intensamente na piscina olímpica do Clube Cultura em Campinas, Fabienne se dedica há mais de 50 anos à natação e coleciona títulos expressivos. "Eu bati recordes brasileiros, sul-americanos, ganhei um mundial. Fiquei mais de 14 anos entre as 10 melhores do mundo no 50m livre, em cada faixa etária", conta. Apesar de sua longa trajetória em piscinas, o retorno ao mar faz parte de uma missão maior: dar visibilidade ao esporte master e incentivar a prática esportiva em todas as idades.

"O esporte ressignifica, o esporte resgata, o esporte faz com que a velhice seja muito mais branda. O sedentarismo é considerado uma doença e traz outras doenças crônicas como a obesidade e a hipertensão. Quando as pessoas começam a praticar uma atividade física, elas passam por mudanças não só físicas, mas também aumentam a autoestima, ficam mais fortes, têm mais vitalidade, dormem melhor", afirma.

Desafio de superação e logística simples

A prova acontecerá em Ubatuba, onde Fabienne nadará acompanhada de uma lancha pilotada por seu irmão. "Eu consegui uma lancha emprestada, e o piloto da lancha será meu irmão, que é capitão. Vai ser uma coisa bem simples", diz.

Apesar do extenso preparo físico, o maior obstáculo não é a distância a ser nadada diariamente, mas sim a recuperação entre os dias. "O difícil do meu desafio não é nadar os 10 quilômetros, é me recuperar de um dia para o outro. Isso foi estudado cientificamente por pesquisadores franceses. Com o tempo, a recuperação se torna mais difícil, mais lenta", relata.

Disciplina e apoio familiar são fundamentais

Para encarar esse desafio, a paulistana radicada em Campinas mantém uma rotina rígida de treinos. "Treino todos os dias. Três vezes por semana faço musculação. O segredo disso tudo é disciplina, ter uma agenda absolutamente acompanhada diariamente", explica.

Além do suporte dos treinos, a nadadora conta com o apoio incondicional de sua família, incluindo sua filha e seu marido. "Eu acho que esse estilo de vida eu consegui passar para minha filha. A gente é o exemplo para os filhos, então eles seguem aquilo que a gente faz. E eu devo muito ao meu marido, que me dá um apoio incomensurável em casa", reconhece.

Inspiração para todas as idades

Mais do que um desafio pessoal, Fabienne quer usar sua experiência para inspirar outras pessoas a praticarem esportes e buscarem uma vida ativa, independentemente da idade. "Nós, atletas masters, nos sentimos invisíveis, mas temos a capacidade de transformar a sociedade. O que eu quero mostrar com esse projeto é que o esporte longevo existe e precisa ser reconhecido", enfatiza.

Dedicada, disciplinada e determinada, Fabienne Guttin se prepara para escrever mais um capítulo de sua história como atleta, mostrando que o mar não tem idade e os desafios podem ser enfrentados em qualquer fase da vida.

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