FOGO EM ABRIGO

Prefeitura lamenta ‘trágico incêndio provocado por criminoso’

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Xandu Alves / OVALE
Equipe da Defesa Civil no local da tragédia, em São José
Equipe da Defesa Civil no local da tragédia, em São José

A Prefeitura de São José dos Campos informou que nove vítimas do incêndio no abrigo Comunidade Consoladora dos Aflitos, que atende moradores em situação de rua, na madrugada desta segunda-feira (10), foram atendidas em unidades de saúde do município, incluindo um bombeiro. O abrigo fica na rua Sebastião Hummel, na região central de São José.

Em nota, o governo municipal lamentou “profundamente o trágico incêndio provocado por um criminoso na madrugada desta segunda-feira”. Segundo a gestão, o local é mantido por voluntários e havia 22 pessoas no momento da tragédia, sendo 18 moradores e quatro trabalhadoras da casa.

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Três vítimas do incêndio foram socorridas para o Hospital Municipal de São José, na Vila Industrial, incluindo o bombeiro, que depois foi transferido para a Santa Casa de São José.

Outras seis pessoas, afetadas pela inalação de fumaça, foram encaminhadas para as unidades de pronto atendimento (UPA) dos bairros Campo dos Alemães e Putim, nas regiões sul e sudeste, respectivamente.

Quatro pessoas morreram no incêndio. Todas elas eram pessoas em vulnerabilidade social e atendidas pela instituição. Elas foram identificadas como Márcia Aparecida, Regiane Soares, Moisés Felipe e Hélio Gonçalves. Com idade entre 50 e 65 anos, eles não conseguiram escapar das chamas.

“A Prefeitura se solidariza com as famílias das vítimas e colocou as equipes de Apoio Social, Defesa Civil e Saúde para prestar toda a assistência necessária”, informou a administração.

Incêndio criminoso.

O sistema das câmeras de monitoramento da cidade do CSI (Centro de Segurança e Inteligência) conseguiu identificar o autor do incêndio e repassar as informações para a Polícia Militar, que prendeu o suspeito durante a madrugada, em local próximo ao incêndio. Ele foi levado para a Central de Flagrantes e confessou o crime.

A investigação aponta que Leandro Rangel Vilela, de 42 anos, ateou fogo em um sofá do abrigo, como retaliação. Ele já havia morado ali, na Comunidade Consoladora dos Aflitos, mas foi expulso devido ao uso de drogas e comportamento agressivo.

No domingo (9), ele voltou ao local para pedir comida e teve o pedido recusado, em razão do mau comportamento que prejudicava os outros assistidos, segundo a direção da casa. Testemunhas disseram que Leandro ficou irritado, fez ameaças e demonstrou comportamento agressivo ao sair do abrigo.

Antes do incêndio, Leandro foi visto rondando o local, aparentemente planejando sua ação. A representante do abrigo, que conhecia o suspeito, afirmou que ele costumava retornar à comunidade pedindo refeições e abrigo, mas sua presença causava temor entre os demais acolhidos.

Leandro foi preso em flagrante delito por incêndio doloso, homicídio qualificado consumado (ao menos em quatro vítimas fatais) e tentativa de homicídio qualificado (por ao menos 8 pessoas que foram socorridas ao pronto socorro, podendo esse número ser maior, com levantamento posterior). Ele permaneceu em silêncio na delegacia.

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