HISTÓRICO

12 anos sem Chorão: cantor ajudou fundar comunidade em Campinas

Por Thiago Rovêdo | Especial para Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
O músico tem uma ligação forte com Campinas, já que um ano antes da morte ajudou a construir uma ocupação na região do Campo Belo.
O músico tem uma ligação forte com Campinas, já que um ano antes da morte ajudou a construir uma ocupação na região do Campo Belo.

No dia 6 de março de 2013, os fãs da banda Charlie Brown Jr. acordaram com uma notícia triste. O cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão, vocalista do grupo, foi encontrado morto na cozinha do seu apartamento, na capital paulista. O músico tem uma ligação forte com Campinas, já que um ano antes da morte ajudou a construir uma ocupação na região do Campo Belo, que hoje leva o nome de Comunidade Feminista Menino Chorão em homenagem ao cantor.

  • Clique aqui para fazer parte da comunidade da Sampi Campinas no WhatsApp e receber notícias em primeira mão.

A história de Chorão em Campinas começa a ser desenhada em 2012, quando Carmen Sousa, uma cearense que veio em 2004 para a cidade atrás de melhores oportunidades, formou uma comunidade, juntamente com outras pessoas. A ocupação se destacava por ter somente mulheres na liderança, mas alguns homens participavam fazendo trabalhos como de segurança da área.

"Um destes homens era um amigo de infância do Chorão. Quando ele descobriu que ele estava aqui, procurou a gente. No começo a gente desconfiava e só o deixamos encontrar o amigo quando tivemos certeza que tudo seria seguro", contou Carmen, relembrando que não fazia ideia de quem seria Chorão.

Comunidade Feminista Menino Chorão tem horta comunitária

Chorão veio até a Comunidade Feminista Menino Chorão algumas vezes e ajudava na militância e a construir o local. Ele quem deu as primeiras cestas básicas e marmitas, deu madeira e telhas para construção das casas, fogão, cama, guarda roupa.

"Ele nos ajudou na demarcação de ruas, porque eu sou analfabeta. Não sabia destas coisas. Ele dizia onde deveria deixar espaço para área de lazer e escola, por exemplo. No início, não sabíamos que ele era cantor e famoso. Não tínhamos energia elétrica, TV, jornal. Um dia um menino reconheceu. E ele disse que era cantor, mas que estava aqui como amigo para nos apoiar e nunca quis que a gente fizesse alarde sobre a ajuda que ele nos dava”, lembrou.

Carmem também disse que Chorão acompanhou os moradores até a Prefeitura e Câmara, mas por se tratar de uma pessoa famosa, temia que isso atrapalhasse a comunidade. "Ele levava a gente com o próprio carro e nos esperava do lado de fora até as reuniões acabarem", disse.

Chorão foi encontrado desacordado pelo seu motorista, que acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A unidade de resgate constatou que ele já estava morto. "Não temos uma foto com ele, mas sou eternamente grata por tudo que ele fez. Ele foi um anjo que Deus nos enviou para ajudar", finalizou.

Comentários

Comentários