A partir deste dia 1º, começa o novo ciclo do governo Dário Saadi em Campinas. Reeleito com quase 67% dos votos em outubro, o chefe do Executivo passou com folga pelo plebiscito que é disputar um segundo mandato. Afinal, desde o advento da reeleição no sistema eleitoral brasileiro, a população avalia se mantém ou destitui o mandatário de momento. E Dário conseguiu a vitória já no primeiro turno.
Apesar da demora na confirmação dos nomes, o prefeito adotou a mensagem das urnas de "continuidade", ao menos neste primeiro momento, e mudou apenas três nomes do primeiro escalão, composto por mais de 30 pessoas, entre secretarias e autarquias.
Tudo muito parecido, inclusive as demandas daquele primeiro mandato, que agora se repetem nesta nova gestão. Dário Saadi inicia o governo com a missão de finalmente desenrolar a licitação do transporte público em Campinas, um ponto que se arrasta desde a administração do antecessor Jonas Donizette. Durante os quatro anos iniciais de Saadi, o prefeito não conseguiu tirar o projeto do papel. Bilhetagem, frota elétrica e outras discussões permeiam o tema, mas o fato é que a cidade segue estagnada com um sistema capenga e desumano de transporte público. Uma lástima para quem, agora, pagará a partir de R$ 5,70 para usar coletivos degradados. Ainda há a obra do BRT, que teve o anúncio de sua conclusão plena justamente neste dia 31 de dezembro, mas é um exemplo de projeto que dura quase uma eternidade.
Duas intervenções emblemáticas entram no segundo mandato sem conclusão. O Centro de Convivência, há mais de uma década fechado, teve sua primeira etapa entregue no fim de 2023, mas sem possibilidade de uso. Foi inaugurado para não ser utilizado e segue em obras, quem sabe, para um dia ser reaberto. Um dos cartões-postais de Campinas, negligenciado por décadas. Outro incômodo é a lentidão na reforma e requalificação do Mercadão. Neste caso, o impacto é cruel para os permissionários. A reformulação do Mercado Municipal é audaciosa no papel, mas os seguidos adiamentos corroem a credibilidade do projeto e deixam trabalhadores do local em apuros, com a queda na movimentação de clientes, ainda mais neste período de festas.
Na saúde, outra área sensível, as modernizações de fachadas não resolveram a longa espera por atendimento nos postos e prontos-socorros da metrópole. Há dificuldades no acesso a especialidades e marcação de consultas, uma história repetida. É evidente que parte da responsabilidade cabe aos governos estadual e federal, que arrecadam mas repassam migalhas aos municípios para o custeio. No entanto, cabe ao prefeito não apenas questionar, mas também encontrar soluções.
Entre as promessas de campanha do primeiro mandato, uma foi entregue: o Hospital Mário Gattinho, que se tornou um importante ponto de atendimento. Contudo, nem ele escapou de problemas estruturais, como goteiras e "cascatas" evidenciadas durante as chuvas. O mesmo aconteceu no Hospital Mário Gatti, que teve obras prolongadas em demasia e, quando entregues, apresentaram deficiências logo nas primeiras tempestades. E lá vai a prefeitura prometer multar a construtora e até romper o contrato. Outro caso emblemático é o Hospital da Mulher, cuja inauguração foi adiada devido a falhas na concepção do telhado. Inacreditável. Mais um atraso em uma obra prometida.
Tudo diferente. Dário Saadi começa este segundo mandato sem o peso de uma pandemia. No primeiro mandato, ele canalizou esforços para enfrentar a Covid-19, argumentando durante a campanha que a gestão foi "paralisada" pela crise sanitária, deixando apenas dois anos para governar de fato. Agora, sem a sombra de uma emergência global, espera-se que a gestão consiga se desvencilhar de amarras e entregar os projetos há tanto tempo prometidos. Que assim seja. Boa sorte ao prefeito.
Comandante da GM
Entre as listas de nomeações, a administração Dário Saadi não mencionou quem assumirá a chefia da Guarda Municipal de Campinas. A coluna apurou que, também nesse caso, não haverá mudanças. Assim como na Secretaria de Segurança Pública, na qual o secretário Christiano Biggi foi mantido, a comandante Maria de Lourdes continuará à frente da GM.
As ‘odds’ favorecem Rossini
Após toda a solenidade de posse nesta manhã de quarta-feira, na Câmara de Campinas, os vereadores passam para o procedimento de escolha do novo presidente do legislativo para o biênio 25-26.
Na disputa, o atual presidente Luiz Rossini (Republicanos), Carlinhos Camelô (PSB) e Mariana Conti (PSOL).
De acordo com um grande amigo e assíduo leitor da coluna: “os ventos que sopram da Avenida da Saudade sussurram Rossini presidente!”. Vejamos.
2025
A política é movimento, é transformação, e 2024 nos mostrou que as mudanças vêm para desafiar e inspirar. Neste novo ano que se inicia, desejo a você, leitor da nossa coluna no Portal Sampi Campinas, um 2025 de renovação, equilíbrio e muita participação cidadã. Que possamos continuar juntos acompanhando, analisando e debatendo os rumos da nossa cidade e da política regional.
Obrigada pela companhia ao longo deste ano! Seguimos firmes no compromisso com a informação e a reflexão. Saúde, paz e prosperidade para você e sua família!
- Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br.