Finalmente, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) anunciou sua equipe para iniciar o segundo mandato no comando da mais poderosa cidade do interior do país. Após várias especulações, alimentadas pela falta de confirmações, o chefe do executivo apresentou os nomes daqueles que vão compor o governo a partir de 1º de janeiro.
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Dos 32 nomes do primeiro escalão, apenas três não faziam parte da gestão. Todos os outros já estavam na administração municipal. As novidades da lista foram apresentadas na tarde desta sexta-feira com Braz Adegas Junior na Secretaria de Clima, Paulo Sérgio de Andrade em Trabalho e Renda, e Walquyria Majeveski na Ceasa.
Vamos começar por Braz dos Santos Adegas Júnior, que é coordenador regional do Podemos. Adegas Junior já foi vereador e secretário de Meio Ambiente em Santa Bárbara d’Oeste. Com a nomeação, o partido passa, oficialmente, a integrar o governo Dário Saadi. Adegas entra no lugar de Rogério Menezes, que passará a comandar a Fundação José Pedro de Oliveira (Mata Santa Genebra). Durante semanas, ventilou-se a possibilidade de o Podemos ter uma cadeira, mas seria o vereador Luiz Cirilo. No fim, o arranjo manteve o vereador na Câmara.
Paulo Sérgio de Andrade será o novo secretário de Trabalho e Renda. Andrade foi responsável pela coordenação, implantação e administração de 126 unidades do Poupatempo, incluindo as de Campinas: Centro (1998) e Campinas Shopping (2004), e coordenou vários postos na região durante administrações do PSDB. Quem deixa o governo é o ex-vereador Artur Orsi (PSD). No jogo político, não houve muita mudança, pois a pasta segue com o PSD. Neste caso, a mudança é vista como natural pela avaliação da cúpula da legenda de que o secretário teve uma atuação apagada nas últimas eleições. Vale lembrar que o partido saiu frustrado das urnas, pois imaginava aumentar o número de cadeiras no legislativo e, pelos números, a manutenção das atuais duas já ficou de bom tamanho.
Outra novidade é Walquyria Majeveski na CEASA. Formada em Administração de Empresas e MBA em Finanças Corporativas, tem experiência de 30 anos em empresas de varejo, sendo a maior parte do tempo em varejo de alimentos. Entre as corporações em que atuou estão a Asserj (Associação de Supermercados do Rio de Janeiro), Peterfrut Comercial Ltda, Hortifruti Natural da Terra e FDC (Fundação Dom Cabral). A coluna divulgou que a indicação de Walquyria seria em atendimento a influência política, incluindo ser um pedido do Deputado Carlos Sampaio (PSD). No entanto, a informação foi negada, com a gestão municipal reforçando que a escolha teria sido técnica, considerando o currículo da nova gestora.
Agora vamos debruçar sobre o caso de Vinícius Riverete, presidente da Emdec, e Fernando de Caires, secretário de Transportes, tão cotados para deixar o governo, mas mantidos na lista de corte final do prefeito. Já citei em outras colunas que a situação deles, também atingidos pelo impasse do União, era peculiar. Foram fiéis durante a eleição, mas tinham perdido a barganha. Porém, a recém-lançada, novamente, licitação dos transportes contou neste momento. Os dois estão administrando este novo edital, que já realizou 11 audiências, e mudar agora não seria prudente. Não se iludam. O PP segue de olho na área, como um passageiro à espera no ponto de ônibus.
Entre a lista de quinta e a de sexta, criou-se a especulação sobre a possível saída do longevo secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella. Não só dele, mas de outros que, por fim, foram mantidos. Porém, a pasta de Paulella é sensível e com dificuldade extrema de encontrar substituto capacitado. O secretário ocupa o cargo desde o primeiro mandato do ex-prefeito Jonas Donizette. A ausência dele naquela primeira leva foi estranha e, agora faço aqui um exercício de imaginação, talvez tenha sido pelo próprio ter dúvidas sobre a continuidade. Os últimos dois anos foram difíceis. Ele ficou, o que foi bom por dois motivos: o inegável conhecimento de Paulella e a possibilidade de a secretaria ser colocada nas mãos de um agente político. Desde que me conheço por gente, ouço que a “Serviços Públicos” é uma das mais cobiçadas nas partilhas. Não é para menos: é ela que faz a manutenção de asfalto, praças, podas e tudo aquilo que um vereador requisita à prefeitura. É muito poder (e muito orçamento).
No fim das contas, tal qual um filme, a sequência de Dário tem um roteiro inicial muito parecido com o primeiro longa. Os mesmos atores, com algumas poucas novidades. A diferença é que, no mundo real, os cenários mudam com bastante frequência. Boa sorte a todos.
Vereadores na vereança
Os cotados não entraram. Na Câmara de Campinas, os nomes de Luiz Cirilo (Podemos), Roberto Alves (Republicanos) e Jorge Schneider (PL) estavam, desde novembro, sendo cotados para o secretariado do governo Dário II. Por fim, tal qual Capitão Nascimento (hoje estou cinematográfico): “não vai subir ninguém”.
Cirilo e Alves vão para a próxima legislatura. Schneider se despede, quem sabe por hora, da vida pública, para dar lugar ao filho Nick que estreia na Casa de Leis em 2025.
- Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br.
(Atualizada às 10h20 - 29/12)