A Cozinha Solidária São Marcos lançou, nessa sexta-feira, 15, o livro "O Caminho se Faz ao Caminhar..." na sede da instituição, em Campinas. O projeto, que tem mais de três anos, já foi citado pelo Papa Francisco como exemplo a ser seguido.
O projeto nasceu por iniciativa do Padre Antônio Rodrigues Alves, que convidou o Acampamento Marielle Vive (MST) e o Núcleo Campinas da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara para desenvolver este trabalho em parceria com a Paróquia São Marcos, o Evangelista.
Um projeto que começou em um pequeno espaço, distribuindo cerca de 200 refeições por dia, hoje atinge a marca de 600 refeições entregues à população de forma gratuita. O livro traz a história do local e como foi seu início e também traz as formações e conceitos que são aplicados na instituição.
“Nosso propósito é transcender a questão da distribuição de alimentos, que vem como uma necessidade. Nós não queremos realizar um trabalho meramente assistencialista, apenas. Nosso coletivo olha para a transformação e conscientização socioambiental da sociedade, pautadas no conceito da nova economia, cunhada pelo Papa Francisco, que passa pela solidariedade que coloca a pessoa como protagonista e não o capital”, disse o padre.
No aniversário de um ano da Cozinha Solidária, o Papa Francisco enviou uma mensagem de vídeo ao padre Antonio Rodrigues Alves, saudando o trabalho do grupo.
“…Sigam adiante, sigam trabalhando, cuidando sobretudo dos mais desprotegidos, dos mais deixados de lado. Por isso, rezo por vocês e peço, por favor, que rezem por mim. Que Deus os abençoe e a Virgem os proteja”, disse o Papa, na mensagem de vídeo.
A Cozinha Solidária São Marcos funciona na rua Felinto de Almeida, 95, Jardim São Marcos, onde vivem famílias carentes, que enfrentam dificuldades de sobrevivência.
As refeições são preparadas de segunda a sexta-feira pela equipe do MST e voluntários que se revezam no apoio, desde as 8h. Antes do meio-dia, quando tem início a distribuição, centenas de pessoas formam fila com suas vasilhas para receber quantas refeições forem necessárias para a família, às vezes até para o jantar.
Além da comida, com arroz, feijão, verdura e ao menos uma proteína, tem sempre também uma fruta. "Não entregamos em forma de marmitex. As pessoas trazem suas próprias vasilhas e colocamos o quanto elas pedem. Muitas vezes, elas estão buscando para vizinhos que não podem vir ou para outros familiares que moram na casa. Por isso, a própria pessoa é quem define a quantidade que acha justa", explicou.
O projeto Cozinha Solidária do São Marcos é articulado pela Paróquia São Marcos, MST - Acampamento Marielle Vive e Núcleo da Articulação de Francisco e Clara da Arquidiocese de Campinas. Conta ainda com apoio da Associação Vale do Sol, Frente pela Vida em Defesa do SUS, Fundo Arquidiocesano de Solidariedade, Livres Agroecologia, ISA, CUT, Sindiquinze, Sindicato dos Petroleiros e Adunicamp.
