A FAB (Força Aérea Brasileira), por meio do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), divulgou o relatório preliminar com informações sobre a dinâmica do acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP).
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A aeronave tinha condições de navegar em locais com formação de gelo, contava com pilotos habilitados para pilotar e as manutenções estavam em dia. Há desconfiança, no entanto, de que o sistema anti gelo tenha falhado.
A equipe do Cenipa analisou duas caixas pretas encontradas no avião da companhia Voepass. De acordo com o tenente-coronel Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa, por duas vezes há registro de voz que comenta formação de gelo no ar.
Na primeira, por volta das 12h15, o comandante comenta que existia falha no sistema de aviso de formação de gelo. Cerca de uma hora depois e dois minutos antes da queda, às 13h20, o copiloto comenta “bastante gelo”.
Ainda de acordo com o relatório preliminar, a aeronave se manteve na altura de 17 mil pés, até o momento que começou a cair. Seguno Froés, o avião estava fazendo uma curva para descer em São Paulo, quando ficou na vertical e entrou em “parafuso para o lado direito”, depois, teria estabilizado na horizontal e entrou em “parafuso chato” até chegar ao chão.
“A condição (parafuso) não é normal, é uma situação extremante atípica, não é esperado. As aeronaves possuem sistemas certificados para evitar entrar nessa condição, tanto o sistema de alerta, quanto de atuação nos comandos para isso não ocorrer. Além disso, a tripulação tem treinamento para evitar que a aeronave chegue a essa situação. Considerando essa condição atípica, agora cabe investigar porque isso ocorreu”, disse o coronel Carlos Henrique Baldin, chefe da divisão de investigação do Cenipa.
De acordo com o Cenipa, em nenhum momento há registro de pedido de emergência da tripulação, nem para o comando de São Paulo, nem para outras aeronaves.
A queda do avião em Vinhedo provocou a morte de todas as 62 pessoas que estavam a bordo, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Um casal de idosos de Guaratinguetá e pessoas ligadas ao Vale do Paraíba estavam entre as vítimas.