A secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Vandecleya Moro, foi concisa e direta em entrevista à Rádio Transamérica Campinas ao descartar o uso de internação compulsória de pessoas com adicção em situação de rua. Para a responsável pela pasta, a medida não é o caminho até pela falta de amparo legal para efetuá-la.
Forçar os “moradores de rua” a serem levados para tratamento é defendido por vereadores de direita e recebeu até aval da Câmara de Campinas, em primeira votação na última sessão do primeiro semestre antes do recesso. A medida também é apoiada pelo pré-candidato do Novo, Wilson Matos, em casos excepcionais.
Para Vandecleya, a internação compulsória não é o caminho, não apenas por legislação, mas pela efetividade da ação que é mais complexa do que simplesmente tirar a pessoa da rua. Para a secretária, a situação passa por fortalecer o vínculo familiar, garantir transferência de renda e emprego e reforçar a segurança das áreas degradadas para evitar o contato com a criminalidade.
A titular da pasta ressalta que 92% das pessoas em situação de rua têm algum tipo de adicção, seja por álcool ou entorpecentes, mas nem por isso o uso da internação compulsória faz parte das iniciativas do setor. “A internação compulsória não está na política de assistência social, é uma questão de saúde. E há uma lei, um regramento, dizendo que ela não pode ocorrer. Para que isso aconteça, há a necessidade de mudança na legislação federal”, explicou Vandecleya.
Durante o período que geriu a área, a secretária viu o número de pessoas vivendo nas ruas crescer. De acordo com o último censo da prefeitura, são 1,3 mil pessoas nas ruas e avenidas de Campinas, um aumento de 39% desde 2021. A secretária defende o acolhimento e a abordagem permanente como soluções a longo prazo.
Vandecleya Moro lembrou também do impacto negativo do que chamou de “narrativas”. Em 2022, a prefeitura anunciou o programa “Vem com a Gente”, que pretendia cadastrar as entidades que doam alimentos para a população em situação de rua, principalmente na região central, e determinava lugares específicos para o consumo das refeições.
A ideia foi bombardeada por partidos de esquerda, foi questionada pelo Ministério Público, que instaurou inquérito para averiguar possível violação de direitos humanos, e recebeu duras críticas do Padre Júlio Lancelotti que classificou a medida de higienista.
Vandecleya rememorou a polêmica e lamentou o desentendimento para pôr em prática o que ela seria apenas organizar as doações de marmitas e não impedir. “Houve uma narrativa de quem a gente queria proibir as doações no centro. Não era isso. Aquela entidade, aquele grupo de amigos que muitas fazem a doação pontual, eles teriam um espaço para que aquela pessoa possa fazer a refeição com dignidade”, disse.
A secretária de desenvolvimento e assistência social adiantou que pretendeu retomar a proposta, com outros moldes, mas afirmou ser necessário “organizar” e garantir “condições humanas” para o atendimento das pessoas em situação de rua.
Degradação do centro... de Valinhos
A requalificação do centro é uma das propostas do pré-candidato a prefeito de Valinhos, Alexandre Tonetti (União Brasil). Tonetti lembrou das características de outra cidade da região, Holambra, que foi concebida para homenagear as raízes holandesas.
No caso de Valinhos, a ideia de Tonetti é resgatar o vínculo italiano para dar uma nova cara à região central, garantir uma ocupação residencial e comercial e trazer para o município novos empreendimentos culturais e gastronômicos.
Alexandre Tonetti terá como companheiro de chapa o ex-vereador e ex-vice-prefeito Mauro Penido, do Progressistas (PP).
Leitinho em vantagem
Divulgada nesta terça, a Pesquisa Todo Dia Campinas/Sampi/Ágili apontou que o atual prefeito de Nova Odessa, Claudio Schooder, o Leitinho (PSD), tem 47,4% da intenção de votos e seria reeleito para um novo mandato. Além disso, o atual prefeito de Nova Odessa tem a gestão aprovada por 66,2% dos entrevistados.
É muito cedo para apontar uma certeza, mas a pesquisa, com certeza, deixou a pré-campanha do prefeito em êxtase com os números apresentados.
O levantamento ainda mostra o ex-prefeito Benjamin Bill (PL) em segundo na preferência do eleitorado com 28,1%; Juçara Rosolen (Novo), 5,8%; nenhum, 12,8%; e não sabem ou não souberam responder com 6% na pesquisa estimulada.
Foram entrevistados 400 eleitores moradores de Nova Odessa, maiores de 16 anos, entre os dias 10 e 15 de julho. Foi utilizada a aplicação de questionário estruturado, com entrevistas por telefone, junto a uma amostra representativa do eleitorado em estudo. A margem de erro é de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. Custeada pelo Todo Dia (Rede Cidade de Americana) com recursos próprios, a pesquisa está registrada no TSE com o número SP-02419/2024.