A corrida eleitoral teve uma nova mudança e mais uma vez foi gerada pelo confuso partido Novo em Campinas que troca novamente o pré-candidato à prefeitura de Campinas. Na virada do semestre, a legenda decidiu que precisava trocar o cabeça de chapa Paulo Gaspar, definido em abril naquela que foi a primeira alteração da legenda. Agora, a bola da vez é Wilson Matos, que já foi candidato em 2020 pelo Patriota e ingressou no Novo recentemente.

Vamos uma tentativa rápida de recapitulação de toda a bagunça que se tornou “a primeira candidatura do Novo a prefeito em Campinas”. Em março, o partido anunciou Zé Afonso para a vaga, nome com pouca penetração eleitoral, mas com grande participação em vários cargos de vários governos neste século. Para um partido que prega um estado mínimo, a indicação de Zé Afonso causava estranheza. Em um mês, Zé desistiu.

Para o lugar dele, o Novo anunciou o vereador Paulo Gaspar, o primeiro e único vereador eleito na história do partido em Campinas. Mais uma estranheza no tabuleiro eleitoral, pois Gaspar dentro do ‘nicho’ do Novo tem chances de reeleição à Câmara de Campinas, afinal é o principal e solitário nome a carregar as bandeiras do legislativo. Agora, o Novo usa exatamente este motivo, a viabilidade pela reeleição, para a nova mudança.

Chega a reta final da pré-campanha e o Novo anuncia que “decidiu alterar a estratégia da pré-candidatura à Prefeitura de Campinas. Paulo Gaspar manterá seu pleito à reeleição a vereador, e Wilson Matos, filiado do NOVO há cerca de um ano, colocou seu nome à disposição para assumir a pré-candidatura a Prefeito no seu lugar”, em comunicado enviado à coluna.

Matos já foi candidato a prefeito de Campinas em 2020. Um ‘outsider’ e desconhecido que se apresentou, inicialmente, como um empresário de sucesso nos Estados Unidos com um histórico de superação na periferia de Campinas e com casos tristes casos familiares que o levariam a buscar o Palácio do Jequitibás. Porém, cerca de 15 dias para o primeiro turno, o então candidato surpreendeu com a mudança de postura e partiu para uma performance mais agressiva, com megafone e mascarado se apresentando mais “da quebrada”. O resultado: 15.138 votos (3,2 % dos válidos) no primeiro turno, na quinta posição no geral. De lá para cá, deixou o Patriota, ingressou no PDT e agora chegou ao Novo.

As trocas são legítimas, porém mostram uma enorme indecisão do partido. Na verdade, uma completa bagunça. E a situação levanta todo tipo de hipótese e quem alimentou isso foi o próprio Novo.