O fenômeno que atingiu o município de São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, no último sábado, dia 15, foi classificado pela Sala de Situação da Defesa Civil do estado como "microexplosão”. A tempestade gerou um rastro de destruição na cidade gaúcha e afetou cerca de 1.200 residências, escolas, postos de saúde e diversos estabelecimentos comerciais foram destelhados por ventos fortes e queda de granizo.
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O mesmo fenômeno provocou uma situação semelhante em Campinas. No começo da madrugada do dia 5 de junho de 2016, a metrópole foi atingida pela tormenta e a microexplosão causou um cataclisma em um trajeto com um raio de ação em quatro pontos da cidade: na região do Taquaral, no São Quirino, na área do Galleria Shopping e no distrito de Sousas.
Quando Cleusa Fernandes chegou à loja dela no Alto Taquaral se deparou com um cenário de destruição e teve uma primeira ideia dos estragos e danos. “Tirando galhos e troncos. Pedreiros e carpinteiros trabalhando na reconstrução de telhados”, disse a empresária.
O fenômeno climático é tão atípico que profissionais do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) precisaram analisar aspectos do temporal para ter certeza da evolução e chegaram à conclusão de que se tratava de uma microexplosão.

Na época, a pesquisadora Ana Ávila, do Cepagri, explicou que se tratava de uma nuvem carregada de ar, água, granizo e acompanhada de ventos intensos que atingem até 120 km/h, que atingiu intensamente e rapidamente. É como se toda a tempestade caísse de uma vez e o impacto foi destruidor. Os estragos na tradicional Bambini, distribuidora de pães, no Colégio São José e os danos no Galleria Shopping são imagens marcantes daquele temporal.
“É um fenômeno muito rápido, de difícil alerta, e que faz uma varredura pelos locais onde passa. O vento desloca o ar muito rapidamente. Se tivesse ocorrido durante a semana, por volta das 17h, teria sido uma tragédia. Ninguém teria tido tempo de correr e se abrigar. Vários carros foram amassados pela força do vento. Imaginar uma microexplosão, como a que atingiu o colégio São José, no horário de saída da escola, seria horrível”, disse a pesquisadora do Cepagri.
A Defesa Civil de Campinas estimou que os ventos atingiram pelo menos 100 km/h. A chuva acumulou 74 mm em apenas 45 minutos, acompanhada de granizo. Cerca de 100 mil pessoas ficaram sem energia elétrica e cerca de 1,3 mil árvores foram derrubadas.
O Departamento de Parques e Jardins removeu naquela semana mais 1 mil toneladas de galhos de árvores que invadiram as vias públicas após a microexplosão. A Secretaria de Serviços Públicos precisou levar 1,2 mil profissionais para trabalhar na recuperação das áreas afetadas pela tempestade.