Não me entendam mal, mas geralmente, o que se espera em uma janela partidária é o aglutinamento em torno do prefeito, no caso aqui Dário Saadi, do Republicanos, que vai partir para uma reeleição, mas o alicerce do PSB já está muito bem fundamentado.

O partido de Dário até teve um incremento importante. Ganhou a filiação do presidente da Câmara, Luiz Rossini, um fiel vereador que já atuou também como líder de governo no início da legislatura. O Republicanos passou a contar com quatro parlamentares, e com a terceira maior bancada.

A segunda é formada pelos cinco vereadores do PL, que integram a base, mas que buscam mais colar a própria imagem ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Dessa forma, Dário tem “apenas” a terceira bancada e a configuração legislativa demonstra a evidente hegemonia de Jonas e seu fiel parceiro Wandão, que ditam os rumos políticos municipais há mais de uma década.

Jonas foi eleito e reeleito, e, na sequência, conseguiu novo vitória com o sucessor escolhido, o próprio Dário Saadi, que hoje é o protagonista, mas com atores coadjuvantes fortíssimos e donos do roteiro.

Grosso modo, manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Esperando na janela

O período legal em que os vereadores puderam migrar de legenda encerrou-se na última sexta-feira, dia 5 de abril.

Na Câmara de Campinas, um total de sete vereadores aproveitou a oportunidade para mudar de partido: Luiz Cirilo, Luiz Rossini, Major Jaime, Marcelo da Farmácia, Marcelo Silva, Marrom Cunha e Paulo Haddad.

As migrações impactaram de maneira diversa as bancadas da Casa. Por exemplo, como citado acima, a bancada do PSB se tornou a maior, com mais integrantes no Legislativo.

Por outro lado, outras quatro legendas - Avante, Cidadania, PSDB e PV - deixaram de existir com representantes na Casa de Leis, uma vez que perderam seus integrantes para outras siglas.

No total, antes da Janela Partidária, o Legislativo de Campinas contava com vereadores de 17 diferentes legendas, sendo que nove tinham apenas um parlamentar. Após o período, esse número reduziu para 13 siglas representadas.

Das legendas que permaneceram na Câmara, cinco aumentaram em tamanho, uma diminuiu e outras duas tiveram trocas de parlamentares, mas mantiveram o tamanho que tinham antes da janela.

O X da questão

O até então inimaginável confronto entre o bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, provocou uma movimentação em defesa do empresário por parte da bancada de direita na Câmara de Campinas.

Dono do X (antigo Twitter), Musk começou a vociferar pela primeira vez no sábado e ameaçou reativar os perfis de usuários bloqueados pela Justiça. O bilionário acusa Moraes de censura e de ameaçar prender funcionários da rede social no Brasil.

Bom, isso atiçou a direita que se sentiu revigorada para ataques ao ministro com a ‘companhia’ do excêntrico empresário.

Aqui em Campinas, Nelson Hossri (PSD) e Marcelo Silva (PP) publicaram postagens para defender os argumentos de Musk e criticar a atuação de Alexandre de Moraes. Nada novo do front.

O que chamou a atenção no front foi, na verdade, o NOVO.

O vereador Paulo Gaspar, geralmente mais comedido que seus colegas, fez uma publicação em conjunto com o pré-candidato a prefeito pelo partido, Zé Afonso.

No post, pedem a assinatura de uma petição em prol da “liberdade de expressão” e defendem “o fim do abuso de autoridade” e “o impeachment do ministro Alexandre de Moraes”.

É o NOVO com jeitão de acampamento em frente ao quartel.

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Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br