Com a ausência de Sampaio, o caminho ficou aberto para uma influência ainda maior no partido em Campinas, com a nomeação de uma diretoria provisória composta por nomes ligados a Zimbaldi na nova administração tucana.

Apesar de o PSDB em Campinas estar garantido, isso não significa que os tucanos permanecerão unidos pelo candidato. Afinal, com todo o tumulto, houve uma migração para o PSD, a nova casa de Carlão. Podemos dizer que Rafa tem hoje o controle do PSDB, mas é um partido enfraquecido, que talvez não consiga se reerguer. No entanto, a pacificação forçada ao menos assegura a candidatura de Zimbaldi à prefeitura, algo que estava sendo questionado devido às incertezas dos tucanos.

Outro fato novo é o apoio anunciado pelo PDT de Campinas. No último final de semana, a sigla divulgou uma nota oficial, assinada pelo presidente do diretório municipal, Casemiro Reis, confirmando a aliança com Rafa Zimbaldi para a disputa eleitoral deste ano. Além disso, o PDT poderá indicar o candidato a vice-prefeito para compor a chapa com o deputado.

Rafa garantiu um grande partido no arco, mas é mais um esvaziado na esfera municipal. O PDT já comandou a cidade com o eleito, reeleito e cassado Hélio de Oliveira Santos, e, no período, tinha expressiva bancada na Câmara de Campinas. A sigla seguiu na administração com o prefeito indireto, Pedro Serafim, que tentou se eleger no voto em 2012, mas fracassou.

De lá para cá, o PDT se esfacelou e insistiu nas duas últimas eleições em lançar de novo Dr. Hélio, combalido juridicamente para registrar a candidatura e que caiu por denúncias de corrupção no governo. Atualmente, o partido não tem representante no legislativo campineiro.

Curiosamente, Rafa teve um papel na queda do PDT, pois presidiu a Comissão Processante na Câmara de Campinas que levou à cassação de Hélio de Oliveira Santos. Agora, o partido também passa por um processo de reconstrução.

O início da jornada de Rafa Zimbaldi se assemelha ao de um mestre de obras que reuniu aliados outrora poderosos, mas lidando com os próprios destroços. Pelo menos, o candidato conseguiu abrir seu caminho rumo às eleições.

Mudou

O vereador Major Jaime vai deixar o PP e seguir para o União Brasil. O anúncio pegou os colegas de surpresa, principalmente Marcelo Silva que está com tudo certo para migrar nesta janela partidária justamente para o Progressista.

Major Jaime está no primeiro mandato, tendo sido eleito com 2614 votos. Policial Militar da reserva, chegou a Câmara apadrinhado pelo ex-vereador e então líder da direita em Campinas, Tenente Santini, do qual foi chefe de gabinete.

Foi o autor do projeto para conceder título de cidadão emérito ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proposta causou controvérsia, manifestação no plenário e foi retirada pelo risco de não ser aprovada.

Apesar do episódio, o vereador é respeitado e considerado, na maioria das vezes, moderado nos discursos, quando comparado a colegas da bancada de direita.

A coluna entrou em contato com o vereador, mas não teve retorno.

Corrida contra o tempo

Marcelo da Farmácia segue sem partido com a janela partidária se fechando nesta sexta-feira, dia 5 de abril.

O vereador deixou o Avante, partido pelo qual foi eleito com 3020 votos, após a sigla iniciar um processo de expulsão por causa das denúncias de suposta ‘rachadinha’ que atingiram o parlamentar.

Sem partido desde então, fontes da coluna afirmar que Marcelo da Farmácia iniciou um ‘namoro’ com o PSB. Não seria nenhuma surpresa, afinal, mesmo com os problemas que enfrenta, o vereador foi agraciado com cargos na subprefeitura do Distrito de Barão Geraldo.

O ‘início de relacionamento’ vai precisar evoluir rapidamente a um casamento por causa do prazo da janela.

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Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br