POLÍTICA

Recuo esperado do projeto antifunk

Caso fosse aprovado nesta segunda-feira, sobraria para o prefeito Dário Saadi (Republicanos) avaliar se impõe o programa de “conscientização” às escolas públicas e privadas

Por Flávio Paradella | 26/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação/CMC

Nelson Hossri (PSD) pediu vistas ao próprio Projeto de Lei e, com isso, a votação foi adiada.
Nelson Hossri (PSD) pediu vistas ao próprio Projeto de Lei e, com isso, a votação foi adiada.

A bola foi cantada pelo vereador Gustavo Petta (PcdoB), já calejado com o modus operandis dos colegas, ainda na sessão da primeira votação do polêmico Projeto Antifunk em trâmite na Câmara dos Vereadores, em Campinas.

Lá atrás, o parlamentar avaliava a proposta como mais a ser colocada no plenário para causar alvoroço, engajamento e cortes para que na sequência, quando a matéria fosse passar pelo crivo definitivo, ser retirada da pauta.

Biduzão. O autor, que ficou a semana toda defendendo a aprovação do projeto nas redes sociais, o vereador Bolsonarista, Nelson Hossri (PSD) foi lá e fez: pediu vistas ao próprio Projeto de Lei e, com isso, a votação foi adiada.

Como citado em coluna anterior, apesar da ampla aprovação dos colegas no plenário, a proposta enfrenta resistência, nem tanto ideológica, mas pragmática, no executivo.

Caso fosse aprovado nesta segunda-feira, 25, sobraria para o prefeito Dário Saadi (Republicanos) avaliar se impõe o programa de “conscientização” às escolas públicas e privadas sobre os supostos malefícios de letras e músicas que fazem apologia ao crime e a sexualização ou veta o projeto.

Em um sempre conturbado ano eleitoral, é um tema considerado extremamente desnecessário e fútil para que o prefeito faça qualquer tipo de consideração, favorável ou contrário. Qualquer decisão de Dário lhe causaria dor de cabeça.

Sabendo muito bem deste cenário no horizonte, o Hossri recua, mas sabe que o objetivo foi alcançado em movimentar a própria base e o alcance provocado nas mídias sociais e tradicionais. Tudo esperado e planejado de mais uma inútil discussão no legislativo campineiro.

Discursos

A sessão foi marcada pelos discursos sobre o Caso Marielle Franco. Com a operação que levou à prisão os supostos mandantes do crime, os vereadores da bancada de esquerda usaram do pequeno expediente para desabafar sobre os seis anos de angústia para elucidação do crime.

Já os parlamentares de direita usaram a tribuna para comentar a conclusão e retomar a cobrança sobre os assassinatos dos prefeitos Toninho, de Campinas, em 2001, e Celso Daniel, de Santo André, em 2002.

Chamou a atenção o plenário esvaziado no início do pequeno expediente, com a maioria dos vereadores preferindo, talvez, a área de lanchinho a acompanhar as declarações antagônicas dos colegas.

Luto oficial

Assustador o acidente que matou o secretário-adjunto de Nova Odessa, Eduardo Mota, de 68 anos, e deixou o prefeito Cláudio Schooder (PSD), o Leitinho, ferido.

Internado no Hospital Estadual de Sumaré, Leitinho relembrou a colisão com um cavalo, na Rodovia dos Bandeirantes, e lamentou a morte do amigo.

É inacreditável um acidente destas proporções em uma das mais movimentadas rodovias do país. Segundo a Polícia Rodoviária, cerca de oito cavalos estavam soltos na pista. Um absurdo.

Arborização de Louveira

A Audiência Pública para debater o Plano Municipal de Arborização Urbana de Louveira está marcada para esta quinta-feira (28), às 16h, na Câmara Municipal.

Elaborado pela Prefeitura e apresentado em novembro de 2023, o plano prevê o plantio de 2.733 novas árvores no perímetro urbano, com foco especial na região do bairro Santo Antônio e Centro.

A proposta considera diversos aspectos, como o tamanho das árvores, a disposição das copas, o posicionamento nas calçadas, a relação com a iluminação pública, a escolha das espécies mais adequadas para cada local, a qualidade do solo para o desenvolvimento das raízes, critérios de segurança e as áreas da cidade que mais necessitam de arborização.

Segundo a prefeitura, o Plano Municipal de Arborização Urbana é um documento estratégico essencial para o planejamento e a gestão adequada dos espaços públicos da cidade.

Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br

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