LIMEIRA

'Perdi minha companheira, minha amiga, mãe da minha filha', diz marido de mulher que morreu fritando ovo

Vítima morreu na última segunda-feira, 26, após uma parada respiratória. A mulher, que tinha 33 anos, foi vítima de uma explosão após jogar, sem querer, água na frigideira.

Por Leonardo Vieira | 27/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Reprodução

Elisangela permaneceu por dez dias internada, mas não resistiu e morreu nesta segunda-feira
Elisangela permaneceu por dez dias internada, mas não resistiu e morreu nesta segunda-feira

O marido de Elisângela Oliveira de Jesus busca forças e ajuda financeira para enfrentar a tragédia que atingiu a família. A mulher, de 33 anos, morreu nesta segunda-feira, 26, após dez dias internada na UTQ (Unidade de Tratamento de Queimaduras) da Santa Casa de Misericórdia de Limeira. Elisangela sofreu queimaduras de terceiro grau enquanto fritava um ovo. 

No dia 16 de fevereiro, a vítima colocou uma frigideira com óleo para esquentar no fogão. Em seguida, quebrou um ovo em um copo para conferir se estava bom para consumo. Elisangela não percebeu que o copo estava com água. No momento em que ela despejou o ovo com água na frigideira, uma combustão aconteceu e as chamas atingiram a camiseta e o sutiã de amamentação que ela vestia. O sutiã teria servido de condutor das chamas, que atingiram o rosto da vítima.

“Era por volta das 22h30. Ela chegou do trabalho e foi amamentar a nossa filha, de um ano. Ela colocou a bebê para dormir e foi preparar a janta. Infelizmente ela não reparou que o copo estava com água. Quando as chamas subiram, o sutiã que era de espuma foi como um catalisador. Eu só ouvi ela gritando socorro. Eu consegui rasgar a camiseta e o sutiã, inclusive, também estou com queimaduras de terceiro grau nas mãos. Quando controlamos o fogo, socorremos ela”, afirmou Régis Cândido, marido da vítima.

A família é de Rio Claro e Elisangela foi levada para a Santa Casa da cidade. Pouco tempo depois, foi transferida para o hospital de Limeira, que é especializado em queimados. Ela passaria por uma cirurgia nesta segunda-feira, 26, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

“No domingo ela já não acordou bem. Tinha problema de pressão e estava tomando vários remédios fortes. Até morfina precisou tomar, para conseguir tomar banho. As queimaduras foram de terceiro grau na região do peito. O que doeu muito foi que ela teve que tomar uma injeção para secar o leite. Ela amava amamentar a filha, tinha uma ligação muito forte com a criança. Ela pirou e não resistiu”, lamentou.

Regis afirma que tenta se recuperar da perda da esposa. Segundo ele, a família  busca ajuda financeira para arcar com custos da internação e nos cuidados com a bebê.

“Está sendo muito doloroso para nós. Perdi minha companheira, minha amiga, mãe da minha filha. Estamos pedindo ajuda porque tivemos muitos custos com hospital, transporte, funerária. Eu estou concluindo um curso, mas estou desempregado. Agora teremos que comprar leite, fralda e tudo o que a bebê precisa”.

Para receber ajudas, o rapaz indicou uma chave Pix: Regis Candido - Caixa Econômica Federal -  Pix 32987312857


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Óleo quente e água. Qual o risco? 
O coordenador da Brigada de Incêndio de Artur Nogueira, Cícero Gomes, explicou o risco da mistura do óleo quente com água. Uma reação química causa uma espécie de explosão.

“Alguns cuidados são fundamentais nestes casos. Quando o óleo está muito quente, e água sendo mais densa do que ele, a tendência é que a água tente passar pelo óleo e empurre ele para todos os lados, isso gera a explosão. Nesses casos, o fogo pode tomar conta do espaço inteiro com uma gota só de óleo”.

De acordo com ele, caso a frigideira fique incendiada, a solução não é jogar água.

“É preferível pegar uma tampa e desligar o registro do gás. Outra opção é um pano úmido. Molha na torneira, tira o excesso da água e coloca sobre a panela incendiada. Caso a pessoa não se sinta preparada para lidar com a situação, é só acionar o Corpo de Bombeiros”.

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