A situação agravou-se com o bloqueio dos bens do vereador e a quebra de seu sigilo bancário, medidas tomadas pela justiça para investigar a suposta incompatibilidade financeira apontada pelo Ministério Público.

Este episódio adiciona mais um capítulo a uma legislatura marcada por escândalos internos e uma notória falta de disposição para apuração. Sob o argumento de que "os casos estão sendo investigados pelos órgãos competentes", o legislativo se esquiva de situações embaraçosas.

Não é a primeira vez que a Câmara Municipal age dessa forma. Casos anteriores, como as acusações contra Marcelo da Farmácia (Avante) e Edison Ribeiro (União), assim como a abertura de uma apuração contra o ex-presidente Zé Carlos (PSB), foram marcados por uma aparente relutância em investigar a fundo. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que solicitou a instauração de um processo de cassação para Zé Carlos teve seu entendimento derrubado, evidenciando o padrão de proteção mútua entre os legisladores.

Os vereadores retomam as sessões ordinárias em menos de duas semanas, mas a expectativa de uma investigação séria e imparcial sobre as possíveis irregularidades é baixa. A menos que haja uma provocação externa, como um cidadão apresentando um pedido de Comissão Processante, a discussão sobre esses temas sequer será feita. E mesmo que aconteça, será certamente descartada.O corporativismo é o fiel companheiro nos bastidores dessa legislatura.

Rombo na Educação
Nesta segunda, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), participou de uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para discutir as implicações das mudanças nos critérios de repasses da Quota parte do Salário Educação (QSE). O prefeito alegou que não tinha como antecipar a dimensão do problema.

Essas mudanças, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2022, impactam principalmente municípios do Sul e Sudeste. Campinas, por exemplo, enfrenta uma perda significativa, estimada em mais de R$ 32 milhões.

O dilema surge pelo fato de que as cidades afetadas só tiveram acesso às estimativas de redução no final de 2023, após a conclusão dos projetos de Lei Orçamentária Anual (LOA). Em Campinas, o valor previsto na LOA 2024 era de R$ 61,4 milhões. Com as mudanças, a expectativa é que o município receba apenas R$ 27,5 milhões.

Diante desse cenário, a Secretaria de Educação de Campinas afirmou queestuda como realizará o remanejamento das verbas. A redução dos recursos afeta diretamente áreas sensíveis, como a alimentação escolar e a compra de uniformes.

Dengue Avança
Uma batalha intensa está sendo travada em Campinas, e os números divulgados pela Secretaria de Saúde nesta segunda-feira revelam uma situação preocupante. O boletim semanal sobre a dengue destaca um aumento para 12 áreas em alerta devido ao elevado potencial de transmissão da doença.

Os bairros em alerta foram escolhidos com base nos casos confirmados ou suspeitos nos últimos sete dias, buscando mobilizar a população para a importância de medidas preventivas.

• Nova Campinas e Jardim Nilópolis (Leste)

• Bonfim, Jardim Chapadão e Conjunto Habitacional Padre Anchieta (Norte)

• Jardim Paulicéia e Jardim Lisa (Noroeste)

• Parque Industrial e Parque Jambeiro (Suleste)

• Jardim Santa Lúcia, DIC IV e Parque Vista Alegre (Sudoeste) 

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) ressalta que os bairros mencionados em boletins anteriores, assim como outras regiões de Campinas, devem intensificar as medidas preventivas, especialmente no combate aos criadouros do Aedes aegypti, vetor da doença.

A divulgação do boletim ocorre em um momento em que a Pasta alerta para a possibilidade de um aumento expressivo no número de casos da doença a partir deste mês. Desde o início do ano, já foram registrados 466 moradores infectados.

Este cenário demanda uma ação urgente e coordenada da comunidade, autoridades e órgãos de saúde, visando conter a propagação do vírus e proteger a população contra os riscos associados à dengue.

Mutirão
O vereador Jorge Schneider (PL) apresentou uma Indicação na Câmara Municipal, solicitando intervenção urgente do Executivo na Praça Ademar Tomás, localizada na divisa entre o Jardim Chapadão e o IV Centenário.

Schneider destaca a necessidade imediata de ações de limpeza e roçada, pois o mato alto na praça está acumulando água do córrego local, tornando-se um potencial criadouro do vetor da Dengue. O alerta do parlamentar ressalta a urgência de medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença.

A situação é agravada pela prática de despejo irregular de entulhos, móveis velhos, colchões, garrafas e outros objetos na área devido ao mato alto. Este comportamento contribui para o acúmulo de materiais insalubres na região.

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Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta da RM Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.