POLÍTICA

PT e a candidata a vice em Campinas

Um nome colocado na mesa pelo Partido Comunista do Brasil e sendo estudado é o de Alessandra Ribeiro. A historiadora e urbanista foi candidata ao Palácio dos Jequitibás em 2020.

Por Flávio Paradella | 16/01/2024 | Tempo de leitura: 4 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação/CMC

Com Pedro Tourinho definido para disputar a eleição para prefeitura de Campinas, o PT agora busca um nome para compor a chapa com o ex-vereador e ser o candidato, ou candidata (o que é bem mais provável), a vice em outubro. Vale lembrar que o PT tem uma Federação em vigor com PcdoB e PV, e a aliança vai aglutinar o PSOL.

Há algumas possiblidades. Se pensarmos nos partidos que compõem a Federação, o PcdoB municipal é que tem afinidade com o Partidos dos Trabalhadores, já que o PV, especificamente em Campinas, não caminha de mãos dadas com a sigla há muito tempo.

Dessa forma, um nome colocado na mesa pelo Partido Comunista do Brasil e sendo estudado é o de Alessandra Ribeiro. A historiadora e urbanista foi candidata ao Palácio dos Jequitibás em 2020. Formada pela PUC-Campinas, Alessandra é gestora cultural da Casa de Cultura Fazenda Roseira, mestre da comunidade Jongo Dito Ribeiro. Na última eleição, recebeu 12.245 votos, com 2,59% dos votos válidos no primeiro turno.

Outro nome cogitado vem do PSOL campineiro e a disposição da vereadora Mariana Conti assumir a posição de vice na chapa com Tourinho. Seria uma inversão da capital paulista já que por lá é o PSOL com Guilherme Boulos na cabeça de chapa e Marta Suplicy, voltando ao PT, sendo vice.

Aqui em Campinas, Mariana Conti tem um perfil mais conhecido e de força política para compor o arco. Atualmente no segundo mandato, ela foi a candidata ao legislativo mais votada da cidade, com 10.886 votos em 2020. Mariana Conti é socióloga e mestre em sociologia pela Unicamp. Iniciou a militância aos 17 anos no movimento estudantil, ativista do movimento em defesa da diversidade sexual e em defesa dos direitos humanos. Sem dúvidas, um nome forte para a chapa, porém isso tira do PSOL a própria Mariana para “puxar” votos no legislativo e atingir o número necessário para garantir as cadeiras na Câmara de Campinas. Um paradoxo que a legenda vai precisar pensar muito bem antes de definir os próximos passos.

Há também uma outra discussão. Tanto Alessandra Ribeiro, quanto Mariana Conti são nomes integralmente ligados a esquerda, com viés até mais extremos do que o PT de Pedro Tourinho. A coligação aventa também buscar um perfil que pudesse “furar a bolha da militância”, pois desse grupo a aliança já terá os votos, e para ser realmente competitivo precisa encontrar um nome mais ligado ao Centro político, o que já é difícil, e se encontrar, essa pessoa precisar estar disposta a participar do embate, inclusive dentro da aliança.

Dilemas deste começo de corrida eleitoral com muita coisa ainda a ser definida.

Marcha travada
E lá vamos nós de novo. No retorno das atividades legislativas, o vereador Nelson Hossri (PSD) não hesita em dar continuidade à sua iniciativa. Protocolou, mais uma vez, um Projeto de Lei que busca proibir a realização em Campinas de eventos, reuniões e marchas que promovam a apologia ao consumo de drogas ilícitas causadoras de dependência física ou psíquica. Entre esses eventos, destaca-se a Marcha da Maconha, tradicional em várias cidades ao redor do mundo durante o mês de maio, conforme mencionado pelo vereador.

Esta não é a primeira investida do parlamentar nesse sentido. Em 2023, a proposta fracassou, mas, segundo o Regimento Interno da Casa, Hossri tem o direito de reintroduzir a discussão de uma matéria rejeitada ou arquivada em um ano diferente. Esse direito se estende até mesmo para o mesmo ano, desde que o faça com a própria assinatura, acompanhada das assinaturas de outros 16 vereadores.

Com a Câmara Municipal em período de Recesso Legislativo, a tramitação do projeto terá início em 5 de fevereiro. Antes de chegar ao Plenário para votação, o projeto deverá passar pelas Comissões Permanentes relacionadas ao tema. Para se tornar uma lei municipal, a proposta precisa ser aprovada em duas votações e receber a sanção do prefeito.

Viadutos ocupados
A iniciativa proposta pela Setec (Serviços Técnicos Gerais) de Campinas revela-se como uma medida de grande relevância, visando não apenas revitalizar áreas públicas, mas também promover impactos positivos na redução do estado de abandono, ao mesmo tempo que potencializa a geração de emprego e renda.

Nesta quarta-feira, a Setec lançará um edital de chamamento público para ocupação do solo público sob o viaduto Aquidabã. O objetivo é requalificar a área pública e oferecer à população novos serviços e produtos. A localização estratégica, ao lado do Largo do Pará e na rota da Avenida Glicério, torna o espaço propício para diversos tipos de comércio.

Segundo informações da Prefeitura de Campinas, o edital, a ser publicado no Diário Oficial do Município, estabelecerá as diretrizes e regras para participação no chamamento público. Com uma área de mais de 2,7 mil metros quadrados, a região atualmente desocupada é utilizada por pessoas em situação de rua.

A abertura desse espaço para iniciativas comerciais não apenas contribuirá para a requalificação urbana, mas também levanta questões importantes sobre o destino das pessoas que atualmente utilizam o viaduto como abrigo. Resta aguardar para ver se haverá interessados e como será o acolhimento proporcionado a essas pessoas que encontram no viaduto um refúgio.

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Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta da RM Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.

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