POLÍTICA

Estado de Alerta contínuo

É surpreendente a contínua incapacidade histórica do poder público em lidar com essa situação.

Por Flávio Paradella | 04/01/2024 | Tempo de leitura: 4 min
Especial para a Sampi Campinas

Flávio Paradella/Sampi

Campinas, na sua primeira chuva do ano, já se viu em estado de atenção, com um total de 90 mm de precipitação em pouco mais de uma hora de tempestade. Os cenários familiares retornaram: alagamentos e ruas transformadas em rios, submersas pela quantidade avassaladora de água.

Avenidas como Princesa D’oeste, Heitor Penteado, Amoreiras, Orosimbo Maia, Carlos de Campos (Curtume) - esses são apenas alguns exemplos dos locais afetados. Mais uma vez, esses pontos se tornaram epicentros de enchentes e alagamentos, antecipando o que será a rotina nas próximas chuvas.

É surpreendente a contínua incapacidade histórica do poder público em lidar com essa situação. Não se trata nem mesmo de solucionar, mas de tentar minimizar os estragos. Os mesmos pontos enfrentam as mesmas crises, sem que qualquer plano de ação tenha sido implementado por qualquer administração até o momento.

Embora tenham ocorrido obras em trechos específicos, como o corredor Norte-Sul e a avenida Princesa D’oeste, como parte de intervenções pontuais, como a intervenção na Magalhães Teixeira no início dos anos 90 e na região do Viaduto Laurão com Hélio de Oliveira Santos nos anos 2000, o impacto foi limitado.

As administrações, longe de oferecerem soluções, incentivaram o crescimento imobiliário e populacional em áreas já identificadas como de alto risco de alagamento. E a resposta foi simples: placas de sinalização. Isso é tudo. Está marcado.

Campinas claramente precisa mais do que sinalização e aceitação resignada dos mesmos problemas recorrentes. É essencial a implementação de um plano de ação, e um projeto foi proposto pelo prefeito Dário Saadi em 2022. Contudo, até o momento, carece de financiamento, já que a prefeitura não dispõe de recursos para uma intervenção dessa magnitude.

Uma licitação está em andamento para tentar solucionar um dos trechos críticos, especialmente a emblemática avenida Princesa D’oeste. Está prevista a construção de um reservatório subterrâneo ao custo de R$ 213 milhões, destinado a conter os alagamentos. Se tudo ocorrer conforme o planejado, a obra deve iniciar no primeiro semestre deste ano e inclui a implementação de 352 metros de galerias subterrâneas para direcionar a água da chuva até esse reservatório.

No entanto, como mencionado, isso é se tudo der certo. Além do financiamento pelo BNDES, a prefeitura enfrenta enormes desafios na condução de licitações de tal envergadura (como as de transporte e a Parceria Público-Privada do Lixo). Resta-nos esperar e torcer para que mais um verão não traga apenas as mesmas imagens, mas que também não repita tragédias passadas.

Conversas adiantadas
Na última coluna comentei sobre a situação de duas peças importantes para o 4º Andar na Câmara de Campinas: o presidente da Câmara, Luiz Rossini, e o líder de governo, Paulo Haddad.  Rossini é PV e o partido dele tem o acordo de Federação com PT, já Haddad é do Cidadania que está nas mãos de outro adversário de Dário, Rafa Zimbaldi.

A costura neste início de ano coloca Rossini no Republicanos, a legenda de Dário Saadi. Paulo Haddad está em tratativa para ocupar um espaço no PSD, com iminente saída de Marcelo Silva para o PP, durante a Janela Partidária.

Mesmo com as mudanças, há um temor no gabinete do prefeito pelo futuro eleitoral dos dois fiéis vereadores.

De saída
Nos bastidores do legislativo, outro nome que deve deixar o partido é o de Marcelo da Farmácia, hoje no AVANTE. Porém, não por vontade próprio, mas por exigência da legenda.

O vereador foi envolvido com suspeita de ´rachadinha’. Um ex-chefe de gabinete do parlamentar o acusou e chegou pedir a instauração de uma Comissão Processante, que não vingou no legislativo. O caso seguiu para investigação dos órgãos competentes.

Representantes do AVANTE ouvidos pela coluna afirmam que a saída do vereador é tida como certa.

Concurso da Câmara
A Câmara Municipal de Campinas dará início, em 11 de janeiro, ao período de inscrições para um concurso público destinado a preencher doze vagas em diferentes áreas, essenciais para recompor o quadro funcional da instituição. Os interessados poderão se inscrever das 10h do dia 11, quinta-feira da próxima semana, até as 23h59 do dia 15 de fevereiro, exclusivamente pelo site da Fundação Vunesp (www.vunesp.com.br).

As inscrições e o envio da documentação necessária serão realizados de forma online, também pelo site www.vunesp.com.br. A taxa de inscrição varia conforme o cargo desejado e será quitada por meio de boleto bancário específico, com vencimento até 16 de fevereiro.

Para os cargos de Técnico de Transcrição e Técnico Legislativo, a taxa é de R$ 67,90. Já para as demais posições - Analista Legislativo (Assessoramento Jurídico, Contador, Pedagogo, Tecnologia da Informação) e Procurador - a taxa é de R$ 98,80. As provas para todos os cargos estão agendadas para o dia 31 de março.


Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta da RM Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.

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