POLÍTICA

Longo debate pelo Camprev

O centro das atenções da reunião legislativa foi um projeto de autoria do Prefeito Dário Saadi (Republicanos), que visa extinguir cargos e funções gratificadas do Camprev.

Por Flávio Paradella | 05/12/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação/CMC

Na noite desta segunda-feira, a sessão da Câmara de Campinas foi marcada por debates acalorados e tensos. Surpreendentemente, o embate não girou em torno do polêmico projeto sobre a internação compulsória de usuários de drogas em situação de rua - esse sequer foi votado.

O centro das atenções da reunião legislativa foi um projeto de autoria do Prefeito Dário Saadi (Republicanos), que visa extinguir 19 cargos em comissão, 14 funções gratificadas e oito cargos efetivos no Instituto de Previdência Social do Município de Campinas – Camprev. Em contrapartida, a proposta prevê a criação de nove cargos efetivos, três comissionados e nove funções gratificadas.

Segundo o Executivo, essas mudanças buscam aprimorar a estrutura do Camprev, seguindo uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Durante quase uma hora, vereadores tanto da base quanto da oposição ocuparam a tribuna para defender ou rebater o projeto de lei. Paralelamente, um grupo de servidores aposentados protestava contra a possível aprovação.

Para a oposição, a proposta fragiliza a situação dos funcionários públicos concursados. A liderança do governo tentou esclarecer que o projeto visa apenas a reestruturação para garantir a sustentabilidade do Camprev, sem afetar os vencimentos, e cumpre uma determinação do TJ-SP.

Após intensa discussão, o item foi levado à apreciação do plenário e aprovado por 22 votos favoráveis e apenas 6 contrários.

Manifestantes passaram a hostilizar os vereadores com gritos de “traidores”, “sem-vergonha” e “ditadores”, afirmando que “os nomes dos que votaram a favor não serão esquecidos”. Foi uma noite intensa na Câmara de Campinas.

Caixa de Pandora
O Camprev é um problema crônico para a prefeitura de Campinas. Se o orçamento da cidade para 2024 subiu apenas 0,3%, os recursos necessários para bancar o custo do Instituto de Previdência tem estimativa de alta de 5,3%. O Camprev ocupa a terceira posição entre a áreas com mais dotação orçamentária, só perde para Saúde e Educação, com quase R$ 1,5 bilhão para ano que vem. Fora isso, serão destinados mais R$ 416 mil como forma de aporte.

Antienchente
Outro projeto aprovado, e este por unanimidade, foi o que autoriza a prefeitura a buscar financiamento de R$ 517 milhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para realizar as prometidas obras antienchentes em Campinas.

A proposta de autoria do prefeito Dário Saadi teve sinal verde definitivo e agora o executivo pode fechar o acordo de empréstimo de recursos com a instituição financeira federal para custear as obras que visam dar um fôlego em áreas dos córregos Proença e Serafim, em especial projetos de macrodrenagem e recuperação ambiental.

Compulsoriamente adiados

Com a longa discussão pelo Camprev, vários itens da pauta não foram votados e agora entram na fila para redistribuição para serem apreciados pelos vereadores. Um deles, inclusive, é da internação compulsória.

Escorpião-rei
O rádio e o jornalismo perdem um dos seus grandes. José Arnaldo Canisim morreu no último sábado, aos 73 anos. Do jornalismo esportivo aos comentários políticos, Zé Arnaldo era dono de um estilo contundente que marcou a imprensa de Campinas. Uma entidade da imprensa Campinas e que fará muita falta. Descanse em paz, Zé.


Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta de Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.

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