
Carregar o Bilhete Único em Campinas, ou mesmo usar o QR Code, é uma tarefa que exige paciência do usuário do transporte público coletivo da metrópole. Organizado pela Transurc (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas), o sistema apresenta falhas constantes.
Além de poder carregar ao presencialmente o Bilhete Único, onde há problemas com trocos e quedas de sistema, o usuário pode adquirir créditos via aplicativo, mas as coisas não são simples assim e reclamações que o crédito demora muito para cair são constantes.
"Mais de uma vez eu fiz uma recarga para utilizar o serviço que foi automaticamente debitada do meu cartão de crédito, mas no cartão mesmo levou umas duas viagens. Ainda bem que eu ainda tinha passe para continuar usando", disse a doméstica Maria Célia dos Santos.
Um dos principais pontos apresentados pelos usuários é a demora para carregar. O usuário coloca o crédito via aplicativo e quando vai passar no ônibus, ele não existe.
Já o sistema por QR Code é unanimamente criticado. O sistema é utilizado para atender usuários que não têm o Bilhete Único, como pessoas de fora da cidade. Como não há mais cobrança de tarifa nos ônibus, quem deseja viajar sem o Bilhete Único precisa comprar a passagem em um ponto de venda credenciado. A pessoa paga e recebe um QR Code, que deve ser scaneado pelo equipamento da catraca.
Ocorre que o sistema costuma apresentar falhas rotineiras. De acordo com usuários ouvidos pela reportagem, o código não é lido pelo equipamento e gera situações constrangedoras. Em alguns casos, chega a não funcionar, de modo que a pessoa não consegue reaver o dinheiro ou transferir o crédito para um cartão.
"Já aconteceu comigo. Falei para o motorista que o sistema não estava lendo e o mesmo não deu a mínima. Minha sorte que uma passageira passou o cartão pra mim", relatou a campineira Jéssica Cailes.
Em alguns casos a ineficiência do sistema obriga o motorista a deixar o volante para tentar ajudar o passageiro. O problema é maior ainda no horário de pico, já que a demora para reconhecer o código trava o usuário na catraca, que impede os demais usuários de passarem.
Questionada, a Transurc informou que o uso do QR Code representa 0,01% tanto em papel quanto eletrônico. "No caso do papel, índice menor que 0,01%, quando ocorre o erro de leitura (é bom lembrar que algumas pessoas quando colocam no bolso amassam o papel) basta ir a qualquer um dos terminais e fazer a troca", informa a nota.
O problema é que, para ir ao terminal, a pessoa acaba por perder o transporte, e sem ter a garantia de que a troca vai funcionar.