OPINIÃO

Em um ano, Campinas pouco avançou nas metas traçadas para 2023

Por Flávio Paradella | 17/11/2023 | Tempo de leitura: 5 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação/Prefeitura de Campinas

Campinas avançou pouco (ou nada) em um ano; metas são as mesmas
Campinas avançou pouco (ou nada) em um ano; metas são as mesmas

Já estamos na segunda quinzena de novembro e Campinas entra nesta reta final com praticamente as mesmas metas traçadas no final do ano passado. As intervenções de grande porte não ocorreram e algumas ainda são arrastadas incógnitas para última parte do mandato do prefeito Dário Saadi (Republicanos).

A prefeitura não conseguiu tirar do papel o eterno processo do transporte público da cidade, um edital que a administração simplesmente não consegue efetivar desde 2016. São inúmeros problemas que envolveram tanto a criação dos editais ao longo dos anos ou a falta de interessados na licitação, a mais recente polêmica desta novela. De qualquer forma, a população é atendida de maneira precária e indigna por um contrato considerado irregular e, por enquanto, sem sinal de uma solução.

Ainda sobre transportes, seguem as obras infinitas do BRT em Campinas. Os dois corredores estão atrasados, afinal eram para ter sido entregues ainda na administração Jonas Donizette (PSB), mas seguem em obras em vários pontos, porém a pior situação está no Ouro Verde, a mesma com Jonas, continua com Dário.

Para aliviar o ‘mico’, a secretaria de transportes criou o tal de “Experimenta o BRT”. Algumas linhas foram alteradas para usar o percurso com um ônibus envelopado com uma cor diferente. Mais do que um ato pela mobilidade urbana, a medida é para diminuir a sensação de ‘elefante branco’ com a obra, ainda não concluída, de mais 36 km que não pode ser usada na plenitude sem uma nova licitação para regrar o sistema.

Na Cultura, o abandonado Centro de Convivência teve a entrega da primeira fase de obras que começaram em outubro de 2020. O local está fechado desde 2011 e seguirá sem uso, mesmo com a primeira parte dos trabalhos concluída. O que terminou foi a parte estrutural. Apesar de todo a pompa e circunstância no evento que iniciou a contagem regressiva para os 250 anos de Campinas, de fato a solenidade não entregou nada, afinal o local não pode ser usado.

Agora vem o acabamento com a segunda fase, uma obra já orçada em mais de R$ 50 milhões em que a prefeitura acredita que finaliza até o término de 2024, mesmo sem ter finalizado a licitação e nem a garantia de recursos por parte do Governo do Estado.

Por falar em verbas, Campinas ainda espera a análise do BNDES para conseguir o dinheiro necessário para, enfim, realizar as intervenções do Programa Antienchente, apresentado em 2022, mas que a própria prefeitura já avisava que não teria como arcar com os custos. A ideia é realizar mudanças drásticas que solucionem ou ao menos diminuam os impactos das chuvas de verão em locais crônicos (exemplos: avenidas Princesa D’oeste e Orosimbo Maia). Porém, a prefeitura precisa de financiamento pois não tem caixa próprio para tocar uma obra desse porte. Segue na fila.

Na saúde, a principal preocupação, no momento, é tentar acelerar a obra de ampliação do Hospital Mário Gatti, referência no atendimento médico público de Campinas. Os trabalhos começaram em dezembro de 2022 em um projeto estipulado para quatro fases e aqui eu transcrevo a parte final do texto do ano passado da própria prefeitura para anunciar a obra: “Na quarta fase, a reforma se concentrará na adequação da entrada de visitas a pacientes internados. A previsão é de início em setembro e conclusão em 30 dias”. Portanto, está atrasada. Como, por óbvio, a cidade não poderia suspender o atendimento na unidade, o que já era ruim ficou ainda pior para os usuários.

Resumindo, a administração Dário tem enormes desafios para os últimos 366 dias (ano bissexto) do mandato e com algumas amarras que se até aqui além da capacidade dessa gestão para desatar.

Fez-se a Luz
Alvo de críticas da oposição e de vereadores da base aliada, a concessão da iluminação pública, enfim, começou a mostrar alguns resultados, mesmo que mínimos.

A modernização do sistema de iluminação da cidade, executada pela Prefeitura de Campinas e o consórcio Conecta Campinas, instalou até o momento “incríveis” 116 pontos, em ruas do Botafogo, do Centro e da Vila Industrial, com novas lâmpadas de LED branca. Que resultado maravilhoso, não? (contém ironia).

A expectativa é passar de 3 mil pontos de luz até o fim deste ano. Campinas tem, atualmente, cerca de 123 mil pontos de luz e, de acordo com o projeto, deve chegar a pelo menos 140 mil em dois anos. O caminho é longo.

REFIS começou
O prazo para negociações do Refis 2023 da Prefeitura de Campinas já começou e seguem até 22 de dezembro. O programa pode conceder desconto de até 70% em juros e multas para as chamadas dívidas tributárias (IPTU, ISS, ITBI, Taxa de Lixo e autos de infração principal desses impostos).

Os contribuintes que deixaram de pagar multas como do Procon, da Vigilância Sanitária e da Cofit também terão abatimentos nas dívidas.

Alerta
Campinas e outras cidades do Estado estão em área considerada de risco para tempestades até este domingo. A Defesa Civil do Estado alerta para o risco de tempestades com intensas rajadas de ventos, que podem variar entre 60 e 80 km/h, e chegar a 100 km/h, e chuvas que podem atingir 100 mm, principalmente entre a tarde deste sábado e o domingo.

A soma do calor com a umidade proveniente da Amazônia e a passagem de uma frente fria cria essas condições para temporais.

Por isso, muito cuidado e fiquem de prontidão para possíveis tempestades.



Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta de Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.

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