Alguns podem argumentar que Dário e Rafa têm mandatos e, um deles, inclusive, possui a máquina pública. Isso é a mais pura verdade e torna ainda mais urgente a necessidade de aprimorar a comunicação do petista.

Tourinho precisa atravessar a bolha em que se encontra, e até mesmo aqueles dentro dessa bolha estão incomodados. Como mencionei em minha última coluna, foi realizada a tal mobilização liderada pela vereadora Paolla Miguel para a votação do título de cidadão campineiro a Pedro Tourinho na Câmara. E, refletindo melhor agora, a iniciativa foi um sinal amarelo para a comunicação do partido e a subsequente falta de apoio no plenário na última quarta-feira acendeu uma luz vermelha.

Nas redes sociais de Paolla, houve reações de militantes insatisfeitos que questionaram, com razão, a visibilidade da ação destacada pela vereadora petista, enquanto o nome do partido para 2024 "está escondido" e "se manifesta muito pouco" sobre questões locais e nacionais.

De fato, uma grande lacuna na estratégia do jovem político petista é sua ausência e a subutilização das ferramentas disponíveis para manter-se visível. Como diz o ditado: "Quem não é visto, não é lembrado. Quem não é lembrado, acaba sendo esquecido." Tourinho pode contar com o apoio do Palácio do Planalto, mas se realmente deseja competir e ser uma opção viável, precisa estar mais presente, como fazia nos tempos de vereador. Caso contrário, a impressão que fica é a de que está entrando no jogo apenas para cumprir tabela.

Imagem é tudo
Por falar em redes sociais, uma foto com expressões felizes entre Dário Saadi e o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB) viralizou em aplicativos de mensagens. Os dois estavam em uma festa da Sociedade Hípica Campinas, acompanhados pelo prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, e pelo presidente do clube campineiro, Pedro Pupo Nogueira.

O que chama a atenção é que o deputado é o líder do combalido tucanato na região e ainda não bateu o martelo sobre qual direção o partido tomará em 2024. O PSDB mantém uma federação com o Cidadania, partido de Rafa Zimbaldi, o que, em teoria, colocaria os tucanos novamente como aliados do deputado na disputa eleitoral.

Entretanto, com mensagens ambíguas, ou até mesmo pela ausência delas, e como na política "não basta ser, tem que parecer ser", uma foto como essa ressoa de maneira desfavorável na organização da candidatura de Zimbaldi.

Mais 100 milhões
A prefeitura de Campinas anunciou que adquiriu um financiamento com a Caixa Econômica Federal para obras de pavimentação, drenagem e para injetar recurso na infinita obra do BRT em Campinas. Serão R$ 100 milhões em três etapas.

É aquela coisa, em reta final de mandato (ainda mais podendo disputar reeleição) asfalto vira prioridade, afinal a obra é visível e depois de pronta dá aquela impressão de organização e cuidado em bairros que esperaram três anos de administração para finalmente receber os trabalhos.

Sextou na Câmara
Os vereadores de Campinas se preparam para discutir em audiência pública o Projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2024, no valor de R$ 9,3 bilhões.

O desafio, além de um debate de qualidade, é reunir os parlamentares, entidades civis e, inclusive, imprensa para revisar os números propostos pela administração Dário Saadi para o ano que vem.

A Comissão Permanente de Constituição e Legalidade do legislativo convocou a reunião para a próxima sexta-feira, dia 17 de novembro, às 18h, em pleno horário do #PartiuHappyHour.

Em uma semana com a promessa de temperatura na casa dos 38º C, paira a dúvida para uma grande presença na importante discussão.

Politicagem x PF
Em entrevista a este colunista no podcast FPX Cast, o delegado-chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, contou um pouco sobre a sua trajetória no órgão público e detalhes, inclusive angustiantes, de operações em várias regiões do país.

Entre diversos assuntos, o delegado rechaçou qualquer possibilidade de interferência política nas investigações e operação realizadas pela PF. Edson Souza ressaltou que a Polícia Federal é um órgão de estado e não se remete a governos, mesmo que as gestões façam mudanças na cúpula administrativa da instituição. De acordo com o delegado, hoje a independência e autonomia da PF está enraizada, sendo difícil manipular órgão a interesses de A ou B.

A entrevista completa com o delegado-chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, está disponível na plataforma Youtube.

Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta de Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.