No entanto, o que chama a atenção é a atmosfera de batalha que envolve a disputa pelo cargo no Conselho, com posições políticas antagônicas se confrontando em meio ao argumento comum: "o cuidado com as nossas crianças".

Durante as últimas semanas, as redes sociais foram inundadas por vereadores e deputados convocando os eleitores para um pleito que promete ser acirrado, revivendo, mais uma vez, a polarização vista nas eleições presidenciais.

Temas sensíveis como aborto e direitos LGBTQIA+ estão em jogo na luta pelos cargos que serão responsáveis por assegurar o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente ao longo dos próximos quatro anos.

A esquerda, surpreendida na última eleição, busca conter o avanço de candidatos conservadores e/ou ligados a igrejas evangélicas no órgão. Enquanto isso, a direita almeja não apenas manter, mas também expandir sua influência e presença no Conselho Tutelar.

Campinas conta atualmente com sete zonas eleitorais e aproximadamente 880 mil eleitores aptos a participar da escolha dos novos Conselheiros Tutelares. Para votar, é imprescindível que o eleitor esteja com o título regularizado. A apuração dos votos terá lugar na Câmara Municipal a partir das 18h.

Licitação Deserta
Na tarde desta segunda-feira, a Câmara de Campinas vai ouvir o secretário de transportes, Fernando de Caires, e o presidente da EMDEC, Vinícius Riverette, sobre o novo fracasso para tirar do papel a licitação do transporte público na cidade.

Os dois tinham sido alvo de um requerimento de convocação por parte do vereador Gustavo Petta (PCdoB), que renunciou ao pedido já que a dupla vai comparecer para prestar os esclarecimentos na Comissão Permanente de Administração.

Também nesta segunda, a Prefeitura de Campinas reabre consulta pública sobre o edital e espera contar com contribuições, principalmente das empresas, para avaliar se vai precisar redigir o processo.

Claro que todos sabem o objetivo das empresas nessa batalha: o sistema de bilhetagem. Que o governo Dário não ceda, pois uma vez exposta a fraqueza o adversário parte para cima.

Tempo de vídeo
O novo vídeo institucional da Câmara de Campinas foi questionado por não contar uma história recente do legislativo. O apontamento foi feito pela assessoria da vereadora Débora Palermo (PL) que foi a primeira mulher presidente da Casa de Leis, porém o fato não foi citado no material com cerca de 15 minutos.

Débora assumiu a Câmara na reta final de 2022 com a renúncia de Zé Carlos, atolado em denúncias da suposta corrupção em contratos terceirizados. A vereadora, na condição de primeira vice, tomou posse e finalizou o mandato daquela mesa diretora.

O vídeo realmente não cita o curto mandato da parlamentar. Procurada, a comunicação da Câmara de Campinas enviou uma nota: "O apontamento feito será avaliado e, conforme for, o fato será inserido em uma próxima versão do vídeo institucional".

Ausente
Nas conversas de bastidores, comentários irônicos notaram outra ausência no vídeo institucional da Câmara de Campinas: a breve presidência de Luiz Cirilo (PSDB) no legislativo.

Foram 15 dias durante viagem do então presidente de fato, Rafa Zimbaldi, mas que rendeu a Cirilo um Quadro na Galeria de Presidentes, mas a história não foi contada no material.

Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta de Campinas.