POLÍTICA

Meio cheio, meio vazio

Por muitas vezes, conversando com colegas e políticos da cidade, a avaliação é que Dário faz um governo “sem sal”.

Por Flávio Paradella | 16/09/2023 | Tempo de leitura: 4 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação

O Instituto Paraná Pesquisas trouxe nesta semana uma pesquisa sobre apopularidade dos prefeitos das dez maiores cidades do estado de São Paulo, divulgada pela coluna de José Benedito da Silva na Veja. O levantamento foi realizado entre os meses de abril e setembro deste ano e coloca o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), na famosa situação do ˜copo meio cheio, meio vazio”.

“Meio cheio” pois, de acordo com o Instituto, o chefe do executivo campineiro tem a gestão aprovada por 51,5% do eleitorado. Porém é difícil não focar no “meio vazio”, afinal Dário tem a segunda pior avaliação entre os 10 prefeitos da pesquisa, ficando atrás somente de Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), que comanda a cidade de Guarulhos, e teve apenas 40,2% de taxa de aprovação.

A situação piora se adotarmos o corte dos que podem disputar a reeleição, caso de Saadi, aí ele está na lanterna entre os cinco prefeitos que devem entrar na corrida eleitoral por um segundo mandato, segundo o Instituto Paraná.

Algumas avaliações podem ser feitas com base nestes números e, não se enganem, animaram e muito os candidatos que se opõem ao governo Dário. Apesar de mais da metade aprovar, o índice está no limite e para um prefeito a frente da segunda maior economia do estado, com uma larga infraestrutura e uma máquina pública portentosa é de se ligar ao menos o sinal de atenção.

Por muitas vezes, conversando com colegas e políticos da cidade, a avaliação é que Dário faz um governo “sem sal”. Já contei aqui neste espaço que os adversários contam com essa falta de marca da atual gestão, que apostou no intangível PAES (Programa de Ativação Econômica e Social), com uma série de medidas e obras, mas que não decolou como um símbolo da administração. A sensação é de que nada mudou.

Além disso, a gestão Dário está no segundo semestre e segue estagnada com projetos de grande magnitude emperrados desde o antecessor Jonas Donizette (PSB): as obras do interminável BRT e a história sem fim da nova licitação do transporte público em Campinas.

Outro ponto irritante na gestão é apresentar um projeto sem ter a menor possibilidade de colocá-lo em prática. Um exemplo foi o anúncio de sete piscinões para tentar solucionar os problemas crônicos de enchentes nos velhos conhecidos e perigosos pontos da cidade que alagem durantes as chuvas. O projeto foi divulgado em 2022 com pompa e circunstância, mas ao final da coletiva a informação era de que a prefeitura não tinha os recursos e precisaria estudar alguma forma para poder captar.

Claro que Saadi aposta nos próprios projetos que estão em andamento. Um deles é emblemático pois toca em um problema antigo de Campinas que é a falta de vagas em creches. Dário lançou o Espaço do Amanhã, com 16 unidades ao longo do município para garantir 5 mil vagas. Outro trabalho é a reforma realizada no Hospital Mário Gatti, com a ampliação do Pronto Socorro Adulto. São projetos importantes, mas dependem da conclusão e obra, seja pública ou privada, é sempre uma incógnita.

Como eu disse, copo ˜meio cheio, meio vazio”, mas, mais importante que o volume, é que está dentro desse copo.

A melhor performance

O prefeito Paulo Serra (PSDB) de Santo André se destaca como o mais bem avaliado entre as dez maiores cidades de São Paulo, de acordo com a pesquisas conduzidas pelo Instituto Paraná. Sua administração recebe a aprovação de impressionantes 80,1% do eleitorado.

Enquanto isso, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) de São Paulo enfrenta uma das avaliações menos favoráveis entre os maiores municípios, com 56,7% de aprovação em sua gestão, ficando atrás apenas de Dário entre os que têm a possibilidade de buscar a reeleição.

Rogério Menezes na Câmara

Alvo de questionamentos, inclusive por parte de vereadores da base aliada ao Governo Dário, o secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, estará na Câmara de Campinas nesta segunda para discutir quais medidas estão sendo tomadas para evitar, ainda mais, a degradação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Campo Grande.

A Prefeitura chegou a anunciar umaAção Cível Pública por atos lesivos ao Meio Ambiente contra as ocupações irregulares ocorridas na APA. A administração já fiscalizou, embargou as obras e aplicou 20 multas, no total, segundo o Governo Dário, de 23 milhões de reais em penalização. E mesmo assim, nada.

Agora, a Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Campinas vai ouvir o secretário. Rogério Menezes estará no legislativopara explicar o que está sendo feito e o que não deu certo na atuação da prefeitura na região.

Além disso, estarão em pauta as estratégias implementadas no Parque Natural do Campo Grande e no Parque Natural dos Jatobás, visando a preservação e proteção contra incêndios e outras ameaças.

Disparada da Sampi

Faço neste espaço também um momento de aplausos para a Rede Sampi que atingiu números expressivos em tão pouco tempo. Segundo ranking do Similar Web, a Sampi, rede de portais de notícia fundada em agosto de 2022, é hoje um dos 50 maiores sites de mídia do Brasil. Foram 8,4 milhões de visitas, novo recorde da Sampi, hoje o 38º site de notícias mais visitado do Brasil e líder absoluto entre os portais sediados no interior paulista.

Muito bom fazer parte dessa história e estar ajudando com alguns tijolinhos nesta ascensão estruturada da Rede Sampi. Parabéns a todos.


Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta de Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.

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