POLÍTICA

Jogo rápido na Câmara

Não houve um motivo oficial para a ágil e ligeira sessão ordinária desta quarta. Citando um amigo: “não dá para obrigar vereador a discutir mais ou menos algum tema”.

Por Flávio Paradella | 17/08/2023 | Tempo de leitura: 4 min
Especial para a Sampi Campinas

Reprodução

A sessão da Câmara de Campinas desta quarta-feira foi mais rápida que um contra-ataque bem armado de uma equipe entrosada e bem comandada. Em 90 minutos, os vereadores discutiram temas gerais, debateram os projetos em pauta e, sem acréscimos, o presidente Luiz Rossini sinalizou o final.

Vamos lá, todas as reuniões regimentalmente começam às 18h e partem, depois de rápidos trâmites burocráticos, para o Pequeno Expediente, momento que vereadores podem trazer tópicos gerais – se estiverem a fim podem falar do Campeonato Brasileiro – e debater temas com os colegas. O Pequeno Expediente tem tempo regulamentar de 1h30, mas nesta quarta foram cerca de 50 minutos, com poucos oradores inscritos.

Um intervalinho para recarregar as energias e os parlamentares seguem para a Ordem do Dia, com duração de 120 minutos, com possibilidade prorrogação, com os projetos a serem votados. A pauta foi cumprida na íntegra, com dois projetos adiados por pedido de vistas e outros cinco com pouca ou nenhuma discussão na tribuna.

O pessoal não tava no ritmo do jogo e com o fim das pautas e um já esvaziado plenário, houve um pedido de contagem de quórum. E como em uma partida de futebol, por falta de participantes o certame foi encerrado.

Pontualmente às 19h30.

Não houve um motivo oficial para a ágil e ligeira sessão ordinária desta quarta. Citando um amigo: “não dá para obrigar vereador a discutir mais ou menos algum tema”. As regras em campo foram cumpridas com as táticas bem definidas pelos parlamentares.

Acompanhei os 90 minutos de sessão e na sequência pude assistir a decisão da semifinal da Copa do Brasil entre São Paulo e Corinthians. Ah, acredito que alguns vereadores fizeram o mesmo.

Protocolo Antirracista
Durante a sessão ordinária realizada nesta quarta-feira, a vereadora Guida Calixto (PT) trouxe à luz os desdobramentos da representação feita junto ao Ministério Público contra a Prefeitura de Campinas.

A denúncia centrou-se em uma postagem controversa referente aos resultados da atuação da Guarda Municipal. Embora o tópico abordado não fosse o cerne da questão, o foco recaiu sobre a edição das imagens na publicação, que selecionou apenas jovens negros sendo detidos.

A alegação de racismo não passou despercebida, gerando intensa discussão. Em resposta, a prefeitura refutou qualquer intenção discriminatória, porém, admitiu a necessidade de revisitar o material e, em decorrência disso, realizou uma nova publicação.

Independentemente das respostas da prefeitura, a denúncia permaneceu em análise na promotoria. A vereadora Calixto informou que um encontro foi agendado entre as partes envolvidas. Neste encontro, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) será estabelecido, definindo diretrizes e parâmetros para evitar a recorrência de situações semelhantes e estabelecer um protocolo para publicidade antirracista no município.

Árvores em análise
Na tarde desta quinta-feira, a Comissão Especial de Estudos (CEE) responsável pela análise da Arborização Urbana na cidade de Campinas realizará uma avaliação das ações empreendidas nos principais parques locais, que foram cenários de duas tragédias lamentáveis.

Os membros da comissão direcionarão suas atenções para as medidas adotadas pela prefeitura visando garantir a segurança dos frequentadores desses espaços públicos, evitando assim a repetição das tristes ocorrências que marcaram o final do último ano e o início de 2023.

Em dezembro, uma imponente figueira-branca cedeu no Bosque dos Jequitibás, resultando na morte de um homem que transitava pela avenida no entorno. No mês seguinte, a Lagoa do Taquaral testemunhou uma tragédia similar, quando uma criança foi atingida por um eucalipto, resultando em sua morte. Como resposta a esses incidentes, ambas as áreas foram submetidas a procedimentos de poda e à retirada de árvores consideradas em estado crítico ou inadequadas. O Bosque dos Jequitibás somente reabriu suas portas no último final de semana.

A reunião dos vereadores da Comissão Especial de Estudos irá analisar as medidas implementadas pela administração municipal para prevenir tragédias semelhantes no futuro. Neste encontro, também serão discutidos os próximos passos que a comissão deverá adotar, com o intuito de garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos que desfrutam desses espaços arborizados.

A análise do manejo da arborização urbana desempenha um papel crucial na preservação da segurança da população e na promoção do equilíbrio entre a natureza e a vida urbana, claramente desbalanceado em Campinas.


Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. É veiculada também pelo jornal OVALE Gazeta de Campinas, aos sábados. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br

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