POLÍTICA

A Máquina do Governo

A colaboração entre Tourinho e Padilha ressoa de maneira impactante, claramente sinalizando que o xadrez eleitoral para as eleições de 2024 já está em movimento.

Por Flávio Paradella | 15/08/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação

Com postagens esporádicas, inclusive admitindo sua ausência das redes sociais em uma publicação datada de 2 de julho, Pedro Tourinho retorna à cena política com um novo vigor, fortemente alinhado ao governo federal.

Pedro Tourinho, duas vezes vereador pelo PT e terceiro colocado nas últimas eleições municipais, ressurge agora em companhia do Ministro de Relações Institucionais do Governo Lula, Alexandre Padilha. Juntos, eles anunciam um projeto de grande envergadura: a expansão do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas.

Num post conjunto, Tourinho e Padilha enfatizam a ambição de construir o laboratório de biossegurança Orion, um investimento de R$ 1 bilhão, a ser integrado ao complexo já habitado pelo acelerador de partículas Sirius, cuja inauguração ocorreu em 2018, demandando um investimento de R$ 1,8 bilhão.

Mais que o anúncio, a colaboração entre Tourinho e Padilha ressoa de maneira impactante, claramente sinalizando que o xadrez eleitoral para as eleições de 2024 já está em movimento. Enquanto alguns - poucos - no diretório municipal ainda especulavam sobre Márcio Pochmann, a publicação deixa claro que a perspectiva vinda de Brasília aponta novamente para o ex-vereador como possível candidato ao Palácio dos Jequitibás.

Como mencionado em colunas anteriores, o cenário atual difere notavelmente do ano de 2020, pois agora o governo federal está, mais uma vez, sob controle do PT. Se isso terá impacto na política local é uma incógnita. Em minha opinião, desbancar Dário Saadi (Republicanos) não se mostra uma tarefa simples. Contudo, não resta dúvida de que o PT, com Tourinho, entrará na corrida eleitoral com solidez e competitividade.

Cutucada
Em uma clara demonstração de seu posicionamento crítico em relação à gestão de Dário Saadi, o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania) não cessa seus questionamentos. O político, também rival do atual prefeito, trouxe novamente à tona a controvérsia em torno das chamadas casas embriões da Ocupação Mandela, embora sem fazer menção direta a elas.

Rafa enfatizou que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo avaliará um projeto de lei de sua própria autoria. Esse projeto busca estabelecer parâmetros para a construção de moradias populares no formato de embriões em todas as cidades paulistas.

Conforme a proposta, as novas residências erguidas sob a responsabilidade do Governo Estadual ou das prefeituras deverão possuir, no mínimo, 30m² de área. O projeto antecipa a possibilidade de expansão futura para até 55m². Esse contraste é particularmente evidente ao considerar que, em Campinas, as residências da Ocupação Mandela foram construídas com apenas 15m².

Embora se possa argumentar que a apresentação desse projeto de lei representa um avanço, é válido questionar sua eficácia prática. A medida, apesar de dobrar a meta, parece estar direcionada a um objetivo mais específico do que aplicável: atacar Dário.

O retorno de Orsi?
Na coluna anterior, questionei sobre o paradeiro político de Artur Orsi, e recebi um contato direto do próprio. Embora a intenção fosse de expressar gratidão, suas palavras não deram qualquer indício sobre seus planos futuros na cena política de Campinas.

Contudo, os bastidores fervilham com especulações. Vereadores da atual legislatura já dão como certo o retorno do ex-parlamentar ao cenário eleitoral no próximo ano. A convicção ganha forma de que Artur Orsi lançará sua candidatura visando voltar a ter uma cadeira no legislativo.

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