HÁ UM ANO

Acidente da TAM: morador da região lembra de filha e imagina como ela estaria hoje

Por Thiago Rovêdo | Especial para Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Dario Scott com uma homenagem para a filha Thais Volpi Scott
Dario Scott com uma homenagem para a filha Thais Volpi Scott

No dia 17 de julho de 2007, o Airbus A320-233 da então TAM decolou do Aeroporto Internacional de Porto Alegre com destino ao Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Uma série de erros transformou o que seria mais um pouso na maior tragédia da aviação brasileira com 199 mortos, entre passageiros, tripulantes e pessoas em solo.

Dentre as vítimas estava a jovem Thais Volpi Scott, de 14 anos. Ela vinha do sul para passa as férias escolares na casa dos avós maternos, em São Caetano, no ABC Paulista, na companhia da amiga Rebecca Haddad, que também foi vítima no acidente.

O professor Dario Scott, que fez seu doutorado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e hoje mora em Valinhos,, estava morando no Rio Grande do Sul na época e lembrou como foram os últimos momentos. "Ela vinha para a capital para passar as férias escolares na casa dos avós. A despedida foi no Aeroporto Salgado Filho", contou. Do aeródromo, Dario seguiu para um evento, onde uma hora mais tarde tudo começou a mudar.

Thais estava com uma amiga, Rebecca Haddad, que também morreu no acidente. A mãe da menina ligou para Dario, desesperada, informando do acidente. Ele foi para uma televisão que estava próxima tentar entender o que estava acontecendo. O número que fora informado pelo noticiário não coincidia com o voo em que Thais e Rebecca estavam.

“Não demorou muito tempo, mudaram a informação e colocaram que era o voo 3054, de Porto Alegre para Congonhas, e aí, realmente a casa caiu. Era como se tivesse tirado o chão debaixo dos pés”, lembrou. O professor veio para São Paulo no mesmo dia, mas as informações eram desencontradas. O corpo da filha foi identificado quase um mês após o acidente.



Dario Scott se tornou presidente da Afavitam (Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054), e segue até hoje dando suporte e apoio. Neste ano vai haver um evento no local do acidente, onde foi construido um memorial. "Vamos familiares em amigos e quem mais tiver curiosidade. Será colocado girassol neste ano embaixo do nome de cada uma das vítimas", disse.

Chamada de Praça Memorial 17 de Julho, o marco foi erguido no terreno da TAM Express, onde ficava o depósito de cargas da empresa atingido pela aeronave. Além da construção da praça, foi mantida no local uma amoreira que resistiu à colisão do avião.

Três anos após o acidente, Dario e sua mulher, a pesquisadora da Unicamp Ana Volpi, tiveram um casal de gêmeos. "Eles conhecem toda a história. Para eles é como ter uma irmã que não está mais com a gente", disse.

Para o pai, a filha hoje estaria morando na Itália. "Ela tinha vontade de estudar e morar fora. Eu acredito que hoje está estaria morando na Itália e trabalhando com design", finalizou.

Comentários

Comentários