“A torcida foi muito especial e comemorou cada ponto do mesmo jeito”. As palavras do técnico Horácio Dileo descrevem o Ginásio do Taquaral, em Campinas, na quarta-feira, 12. Mais de 2,6 mil pessoas – um recorde na cidade – lotaram o palco do time que agora é tricampeão paulista de voleibol.
A conquista veio contra um dos times mais fortes do país, o Sesi-SP. Equipe que, inclusive, eliminou o time campineiro da Superliga e teve uma campanha melhor durante a primeira fase. Ainda assim, nada disso foi capaz de lutar contra a força do torcedor, que empurrou a equipe e foi fundamental na vitória por 3 sets a 1.
O empurrão foi algo nunca antes visto. Horácio Dileo, que treinou a equipe entre 2016 e 2021, e foi responsável pelo primeiro título paulista do Vôlei Renata, destaca que a emoção deste ano não se compara à conquista de 2020. “Quando nós ganhamos o primeiro paulista, em Taubaté, foi sem torcida. Para mim, foi um sentimento misturado de alegria e tristeza. Festejar e comemorar sozinhos, sem a nossa torcida, foi uma coisa muito triste. Desta vez, eu fiquei muito feliz em poder comemorar com a nossa torcida em quadra”.
Como dito por Horácio, a força do grito não se perdia de forma alguma. Cada ponto era comemorado da mesma forma. Os cânticos eram tão fortes que arrepiavam os jogadores até nos momentos de concentração intensa. Fato relembrado pelo oposto Felipe Roque, responsável por 27 pontos.
“Quando eu ia sacar, eles cantavam uma música com o meu nome. Mesmo focado para sacar, eu os escutava gritando muito alto e isso me incentiva cada vez mais”, relembrou. O incentivo foi tão grande que Roque conseguiu três aces importantíssimos.
Renan recorda também outro incentivo importante destas finais: estar de volta às quadras. Em junho, representando a Seleção Brasileira, o oposto rompeu o ligamento do joelho direito e ficou um ano sem jogar. “Como eu fiquei um tempo fora das quadras, por conta da lesão, cada bola que eu recebia, cada minuto ali em quadra, eu queria aproveitar ao máximo”.
Além da casa cheia e a superação, outro roteiro de filme destas finais foi o adversário. Um dos maiores carrascos do Vôlei Renata, o Sesi-SP foi justamente quem eliminou a equipe campineira na Superliga. Em série decidida no último jogo, o time da capital levou a melhor e avançou as semis, enquanto o Vôlei Renata ficou nas quartas-de-final.
Apesar da ‘revanche’, o técnico Horácio Dileo minimizou a questão do adversário, ao afirmar que jogariam da mesma forma com qualquer outro. “Não acho que trouxemos nenhum sentimento para esse jogo. Independente se fosse o Sesi ou outro time, entraremos da mesma forma”, afirmou.
“Meu respeito e parabéns ao Sesi, nessa final. Eles nos levaram a ter que jogar o nosso melhor, e eles também jogaram de um jeito fantástico. Foi equilibrada, definida em detalhes, que não tem a ver com os placares, mas sim com o andamento dos jogos, que é onde apareceram os detalhes”, completou Horácio, ao elogiar o desempenho da equipe paulistana.
Superliga 22/23
Com mais uma conquista do Campeonato Paulista, o foco dos jogadores de Campinas se volta ao grande objetivo: a Superliga 22/23. O título Nacional ainda não está nas prateleiras do Ginásio do Taquaral, e é uma das principais metas deste ano.
Horário enxerga que a conquista estadual não refletirá no desempenho para o campeonato brasileiro. “O gás sempre está ligado ao resultado, mas acho que se passa só por resultado é um gás fraco. Temos que ter um que esteja ligado à responsabilidade, competência, empatia, união, trabalho e humildade. Tem que ser nosso gás diário”, disse.
Com a página virada, o time agora treina para a estreia na Superliga, contra o Farma Conde São José, no Ginásio do Taquaral, no próximo sábado, 22, às 21h30. Esse será o primeiro desafio até a final. “Sempre trabalhamos para conseguir coisas, desde o primeiro dia que começamos a treinar. Vamos fazer o possível para brigar pela Superliga. É nosso sonho e vamos trazê-la”, finalizou Horácio.