Minestrone

Trata-se de uma sopa de origem italiana composta por variedade de legumes cortados de forma miúda, grãos (em geral feijão) e, quase sempre, macarrão. Há combinações sem carne para vegetarianos, e outras feitas com músculo de boi ou carcaça de galinha.

Por Sonia Machiavelli | 21/08/2021 | Tempo de leitura: 4 min
Editora do GCN

Dirceu Garcia/GCN

 Minestrone: da Itália para as mesas das casas de todo o Brasil, é comida fácil e descomplicada
Minestrone: da Itália para as mesas das casas de todo o Brasil, é comida fácil e descomplicada

Ingredientes:

  • 1 quilo de músculo bovino
  • 2  ½ litros de água
  • 3 colheres de azeite
  • 1 cebola média picada
  • 1 dente de alho
  • 1 batata média
  • 1 cenoura média
  • 1 talo de aipo
  • 1 tomate médio
  • 1 abobrinha pequena
  • 1 xícara (chá) de feijão cozido
  • 1 xícara (café) de macarrão cru
  • 1 ramo de manjericão
  • 1 folha de louro
  • 1 colher (chá) de pimenta-do-reino
  • Sal a gosto
  • 1 xícara (café) de macarrão miúdo


O catarinense Rodrigo Hilbert tem uma história de vida inspiradora. De auxiliar de ferreiro na oficina do avô, aos 12 anos, até a carreira de modelo e ator aos 25, o tempo foi relativamente curto e o esforço grande. Mas o que alavancou mesmo sua popularidade nos últimos anos foi o Tempero de Família, programa que comanda no GNT e é um dos mais vistos do canal a cabo. Sua cozinha descomplicada, com traços de terra e mar, bonita de se ver e fácil de ser reproduzida, aproxima o espectador do chef. Ficam na memória receitas como o bolo de fubá dourado, onde o suco de laranja substitui o leite; a substanciosa paella campeira com muitos ingredientes; o nhoque caseiro de batatas, acompanhado de molho de tomates elaborado com caldo de coxão duro; a tradicional torta de legumes, boa para ser oferecida às crianças que não gostam de brócolis, cenouras, cebolas; a maionese caseira, fácil de preparar; a polenta de milho verde, um item da mesa italiana; a cuca de maçã dos imigrantes alemães; o exótico sorvete de kiwi etc. E o que dizer dos churros e dos bem-casados marcados pela forte personalidade do doce de leite?

O Tempero de Família pertence à lista de meus programas favoritos. Na série “Pé na estrada”, adorei ir com Rodrigo pelo Brasil afora, para ver como cozinham as mulheres em diferentes regiões do nosso país. Achei formidável ouvi-las falar de comida e contar histórias: pesca de lagostas, doces exóticos, bode no buraco e comidas locais que ganham a mesa e o imaginário. Como o entrevero, à base de carne, pimentões e pinhão, entronizado na mesa sulista com perfume que parece atravessar a tela e vir até nós.

Para quem acompanha o programa, os livros de culinária do Rodrigo são um apoio excelente. Com a mesma irreverência dos episódios, as receitas vêm embaladas pela ideia de que uma boa comida pode ter ingredientes sem sofisticação, fáceis de encontrar nos varejões, ricos em substâncias apropriadas ao nosso organismo. Rodrigo elege ingredientes não processados e sua marca registrada é mesclar simplicidade e descontração na produção de pratos autênticos e coloridos.  O resultado é uma comida para alegrar a alma. Como o minestrone, excelente pedida para noites frias. Trata-se de uma sopa de origem italiana composta por variedade de legumes cortados de forma miúda, grãos (em geral feijão) e, quase sempre, macarrão. Há combinações sem carne para vegetarianos, e outras feitas com músculo de boi ou carcaça de galinha.

Os minestrones têm origem nas cozinhas de antigas populações rurais e chegaram idênticos ao século XXI. No inverno esse prato que alimenta e aquece continua a se fazer presente na mesa de muitos brasileiros que a herdaram dos imigrantes. Seu correspondente no Brasil é a sopa de legumes, cozida em caldo de carne e normalmente acrescida de feijões e de um macarrão de formato pequeno (ave maria, padre nosso, argolinha, conchinha). Assim a fazem na Calábria.  Na Toscana leva feijão, arroz e tomates. Na Campania, abobrinha moída (depois de cozida al dente), ovos ralados e queijo. No Piemonte, grão-de-bico e costelinha de porco. Os romanos sempre a apreciaram com presunto cru, macarrão cortado, caldo de vegetais e pesto de manjericão.

Nos dias mais frios do inverno, quando a noite chega dá vontade de tomar uma sopa perfumada, bem quente, que tanto nos aqueça a alma como nos reconforte da batalha diária. A nossa proposta é de uma ministra calabresa. Prepare primeiro o caldo de carne. Corte o músculo em pedaços pequenos; refogue no azeite junto com cebola, alho, louro; salgue, cubra com água e deixe na pressão  até a carne ficar bem cozida e o caldo substancioso. Enquanto isso, corte os legumes. Na panela onde está a carne e seu caldo adicione pela ordem: cenouras e batatas; depois de cinco minutos, tomate e aipo; então mais cinco minutos e introduza a abobrinha, o repolho, o feijão. Assim os legumes não ficarão cozidos demais, mantendo a textura. Quando estiver tudo macio, acrescente o macarrão cru, que deve levar cerca cinco minutos para cozinhar. Finalizando, junte a pimenta-do-reino e as folhas de manjericão. Mexa, acerte o sal e, se achar necessário, regue com um fio de azeite.

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