RECEITA

Farofa de quiabo

Não estranhe o título. Especialmente se você só conhece farofa de vagem, abobrinha, cenoura, chuchu, jiló, couve... Pois é mesmo uma farofa de quiabo a que trago hoje a esta página. Eu também não a conhecia e foi uma surpresa e tanto o preparo fácil e o sabor diferenciado.

Por Sonia Machiavelli | 01/05/2021 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Dirceu Garcia/GCN

Farofa de quiabo
Farofa de quiabo

Ingredientes

  • 12 quiabos grandes, verdes, novos
  • 1 xícara (chá) de flocão de milho pré-cozido 
  • 2 ovos
  • 2 colheres (sopa) de azeite
  • ½  colher (café) de  cominho
  • 1 colher (café) de pimenta-do-reino
  • 1 colher (café) de sal
  • 2 colheres (sopa) de salsinha picada

 

Não estranhe o título. Especialmente se você só conhece farofa de vagem, abobrinha, cenoura, chuchu, jiló, couve... Pois é  mesmo uma farofa de quiabo a que trago hoje a esta página. Eu também não a conhecia e foi uma surpresa e tanto o preparo fácil e o sabor diferenciado.

O fruto do quiabeiro foi trazido de longe para nosso país, na capanga de homens escravizados pela sanha do conquistador. Dizem os botânicos que seu berço é a Etiópia, mas em toda a África pode ser encontrado. Marca ancestral de religiosidade,  o fruto de desenho bonito faz parte dos pratos oferecidos aos santos nos terreiros  da Bahia. O amalá, por exemplo, é preparado com muito carinho para  Xangô, o orixá do fogo. Há muitos outros. 

Até a semana passada, eu só comia quiabo de forma tradicional- refogado ou frito- como gostam dele os árabes.  Mas eis que assistindo a programa antigo e reapresentado pela competente e linda Rita Lobo, no GNT, pensei que nunca tinha visto  aquele prato. Então resolvi experimentar a receita, porque tinha à mão os poucos ingredientes pedidos e também por conta de minha curiosidade. Achei que não daria muito certo. Mas deu. Ficou uma delícia. 

Faz muito sentido juntar flocos ou farinha de milho ao quiabo. Pois ele  não é par perfeito para o angu de milho que acompanha o frango ensopado nos rincões mineiros? Então! O negócio é não inventar muito, não deixar de molho em água com limão para tirar a baba, como se costuma fazer. Não precisa disso; basta não mexer muito com o dito cujo. Porque o quiabo prefere não ser incomodado; se a gente fica mexendo muito, ele baba. É lavar, enxugar em papel toalha ou pano de prato limpinho e então cortar. 

 Quer experimentar? Vamos lá. Lave e seque os quiabos. Retire os  talos e as pontas. Corte na transversal pedaços de três  centímetros. Parta em cubinhos uma cebola pequena. Descasque um dente de alho e o esmague. Numa panela coloque o azeite (manteiga ou óleo). Refogue a cebola até amolecer, junte o alho sem deixar queimar e depois os pedaços de quiabo. Salpique sal, pimenta-do-reino (moa na hora de usar), cominho. Mexa, tampe a panela, deixe cozinhar no próprio vapor por cinco minutos, fogo médio. Os quiabos devem ficar al dente e verdinhos. Ao fim do tempo, teste o sal. Se for necessário, salpique mais um pouquinho, com avareza.  Junte o flocão de milho pré-cozido, que nada fica a dever ao cuscuz marroquino; aliás, oferece  até mais sabor. Mexa com cuidado para manter íntegros os quiabos. Desligue a chama e acrescente a salsinha picada. A essa altura você já deverá ter cozidos e descascados dois ovos. Corte-os em quatro e depois na horizontal. Junte-os à farofa, que tanto pode acompanhar uma carne ensopada, ser prato único ou simplesmente nossa popular “mistura”, ao lado do arroz e feijão.    

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