3 colheres (sopa) de azeite de oliva

1 limão

1 cebola picada

2 dentes de alho

1 pitada de sal

2 tomates picados

2 colheres (sopa) de azeite de dendê

1 xícara (chá) de leite de coco

½ xícara de coentro picado (ou salsinha)

1/4 de xícara (chá) de pimentão picado (opcional)

Pimenta dedo-de-moça (opcional)

De vez em quando assisto aos programas da Bela Gil, no GNT. Suas receitas nem sempre me atraem pela aparência, embora seja inegável seu caráter saudável. Mas dia desses, enquanto zapeava, vi que o convidado especial era o pai dela, Gilberto Gil, um dos maiores músicos de nosso país. Com aquele jeito calmo dos baianos, ele saboreava com prazer algo que em seguida eu soube ser uma moqueca de banana-da-terra.

Bela Gil especializou-se nesse tipo de pratos, voltados para vegetarianos e veganos. É bom lembrar que há diferença entre um conceito e outro. Os vegetarianos optam por retirar da dieta carne vermelha e frango; mas muitos deles comem peixe, tomam leite e consomem ovos. Os veganos vão além; eles adotam uma dieta estritamente à base de vegetais e suas escolhas não se restringem à alimentação; também miram mudanças de atitude no dia a dia. Sei disso porque minha neta Júlia é vegana e me diz que veganos têm como meta o combate a todas as formas de exploração animal. Ou seja, além da comida, não usam roupas feitas a partir de pele e couro; também não compram cosméticos de empresas reconhecidas por fazerem testes com animais nem frequentam lugares como zoológicos e circos. O número de pessoas que declara escolher comida vegetariana ou vegana tem crescido no mundo nos últimos anos, bem como crescem as lojas e restaurantes especializados em produtos sem origem animal. Até um movimento que começou discreto, para incentivar o consumo de vegetais, vem ganhando cada vez mais adeptos, o “Segunda-Feira sem Carne”. No Brasil, não há um estudo específico sobre o veganismo, mas pesquisa do Ibope feita em 2018 informou que 14% da população se declarou vegetariana. Esse número cresceu 75% em comparação com seis anos atrás. Hoje, são cerca de 30 milhões de pessoas no país.

A moqueca de banana-da-terra da foto é criação excelente não só para veganos e vegetarianos. Eu, que não pertenço a um grupo ou a outro, fiz e adorei. Fica leve, saborosa, perfumada e oferece uma bonita apresentação. Usei panela de barro, mas se você não tem uma, use a de alumínio mesmo, desde que ele seja grossa, de fundo batido. Também dá certo. Só preste atenção para não queimar no fundo.

Comece pelas bananas, que devem estar bem maduras mas firmes. Descasque, corte ao meio na horizontal e depois na vertical. Coloque numa tigela e tempere com sal e limão. Reserve. Corte metade da cebola em cubinhos e a outra em rodelas. Faça o mesmo aos tomates. Pique o alho em lâminas finas. Reserve as rodelas de tomate e as de cebola. Refogue em azeite de oliva (que os baianos chamam de azeite doce) os pedacinhos de cebola e de alho. Junte o tomate e salgue de leve. Se optar pelo pimentão, essa é a hora de agregar. Idem em relação à pimenta, que pode ser a dedo-de-moça, sem sementes. Também é o momento das folhas de coentro ou salsinha. Mexa até cebola e tomate murcharem e coloque por cima os pedaços de banana, que vão ficar parecendo peixe. Sobre a banana, arranje as rodelas de cebola e tomates. Despeje o leite de coco e cozinhe em fogo baixo por quinze minutos, panela tampada. Findo esse tempo, regue com o dendê e prove o sal. Deixe mais dois minutos. Enfeite com a folhinha da erva escolhida e sirva bem quente com arroz branco ou farinha de mandioca fina.