RECEITA

Brioche de forma

Assado em forma de pão, o brioche surpreende pela leveza e sabor, podendo ser servido com manteiga ou geleia e acompanhado por café ou chá.

Por Sônia Machiavelli | 10/10/2020 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para o GCN

Dirceu Garcia/GCN

Ingredientes

700 gramas de farinha de trigo

1 pacotinho (10 gramas) de fermento biológico seco

2 ovos

4 colheres bem cheias de manteiga

½ litro de leite

3 colheres (sopa) de açúcar

1 colher (café) de sal

 

Quem se interessa por um pouco de história conhece a passagem pitoresca associada à Maria Antonieta, mulher de Luís XVI, rei de França. No auge das manifestações populares que culminariam na derrubada da Bastilha, um dos cortesãos de Versalhes que  voltava de Paris procurou os reis muito assustado com o clima de revolta na cidade. Contou na Corte que o povo se portava de forma violenta porque havia muita fome e as pessoas sequer conseguiam comprar pão. A resposta da soberana teria sido: “Ah! Não têm pão? Que comam brioches!”. Ela era muito atrevida. Acabou perdendo a cabeça.

Embora recontada ad nauseam, é bem provável que essa anedota tenha sido inventada. Porque a frase dita por uma nobre já era conhecida dos leitores de Rousseau que em 1782, sete anos da Revolução Francesa, havia publicado seu livro “Confissões”, onde se lê em certa página: “ Finalmente, me lembrei do paliativo de uma grande princesa que  ao saber que os camponeses não tinham pão, respondeu: ‘Que comam brioches’. Eu comprei os brioches.” Tem um quê da ironia do nosso Machado de Assis nesse trecho, não acham?

O brioche nasceu na Normandia, no século XVI.  Sua  massa remonta à Idade Média,e é feita de farinha, fermento, manteiga, leite e ovos. Quanto melhor a qualidade dos ingredientes, melhor o resultado final do produto. Dia desses, navegando  pela Internet, acabei tendo a atenção despertada por vídeo onde um rapaz  mostrava brioche  na assadeira de pão de forma e não naquele formato individual que conhecemos. Fiquei curiosa, acompanhei até o final e depois experimentei a receita. Gostei muito, por isso a trago aqui hoje. Pra começo de conversa, é muito fácil de preparar, rende bastante e fica bem gostosa. O sabor é leve, a textura fofa, a superfície dourada e o perfume quando está assando é  demais. Pra completar, nem precisa de sova, basta respeitar o tempo de levedação, que varia de acordo com  o clima. Esses dias de calor escaldante são ótimos para preparar todo tipo de pães e roscas porque crescem rapidamente e ficam fofinhos.

Se você já leu a lista dos ingredientes e está com vontade de surpreender a família com esse pão no lanche da tarde, vamos lá. Escolha uma tigela grande para acolher os ingredientes. Coloque dentro, o açúcar, os ovos, a manteiga derretida e o fermento. Usando fouet  ou  garfo grande, bata até misturar tudo muito bem. Depois, aos poucos, vá juntado o leite ( em temperatura tipo mamadeira; não pode ser quente demais porque mata o fermento, nem frio porque anula sua ação) e farinha. Tudo devagar, porque se a farinha for excessiva, a massa vai ficar dura. E a massa desse pão-brioche deve ficar pegajosa. Depois de estar tudo bem incorporado, tampe a tigela com filme  plástico deixando espaço para o crescimento.Entendeu por que a tigela deve ser grande? O tempo é de uma hora, em geral. Mas se o dia estiver escandalosamente quente, a massa logo vai estar no ponto. E aí, você vai fazer o seguinte. Unte duas formas de pão pequenas ou uma grande com óleo e polvilhe farinha. Unte também duas colheres de sopa e com elas vá retirando porções de massa da tigela  e colocando na forma, em duas fileiras, uma ao lado da outra. Cubra e deixe crescer mais vinte minutos. Ao fim desse prazo, pincele com gema diluída em um pouquinho de água e leve ao forno quente, preaquecido por 180 graus, por 40 minutos. Assim que dourar, espete o palito para testar se está assado. Se for o caso, retire do forno. Assim que amornar, pincele com  boa camada de manteiga. Sirva com manteiga ou geleia. Um café é acompanhamento perfeito. 

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