Croque-Monsieur

Um dos clássicos da gastronomia francesa tem nome com história engraçada, sabor e textura incríveis, e é a cara de Paris; mas sua origem não é a França.

27/01/2019 | Tempo de leitura: 4 min

Um dos clássicos da gastronomia francesa tem nome com história engraçada, sabor e textura incríveis, e é a cara de Paris; mas sua origem não é a França
Um dos clássicos da gastronomia francesa tem nome com história engraçada, sabor e textura incríveis, e é a cara de Paris; mas sua origem não é a França
porção: 10
dificuldade: fácil
preço: econômico
 
Ingredientes
Molho Béchamel
 2 colheres (sopa) de manteiga
 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
 2 xícaras (chá) de leite
 1 colher (café) de sal
 1 pitada de noz-moscada
 1 pitada de pimenta-do-reino
 1 copo de requeijão cremoso
 
Sanduíche
 12 fatias de pão de forma sem casca
 1 colher (sopa) de manteiga
 6 fatias de presunto
 6 fatias de muçarela
 50 gramas de queijo ralado (tipo Gruyère)
 50 gramas de muçarela ralada
 
Sonia Machiavelli
EDITORA
 
Encontrado na maior parte dos bistrôs parisienses e pedido por nove entre dez turistas que visitam a França, o croque- monsieur já não é exclusividade da gastronomia que se impôs ao mundo através do trabalho criativo e belo dos chefs franceses. Nos quatro cantos do mundo, até o mais simples aprendiz  de cozinheiro sabe preparar em poucos minutos a iguaria que continua sendo, desde que os ingredientes sejam de primeira e haja capricho na montagem, a delícia de quem está com fome no meio da tarde ou no fim da noite. 
 
Embora pareça quase redundante dizer que ele é francês, suas origens estão bem longe da Europa. Verdade! É na Austrália que encontraremos o ancestral  do lanche. Informa um site de culinária onde pesquisei que aborígenes daquele país costumavam colocar lascas de carne de caça entre dois pedaços grandes de uma massa parecida com pão e depois manter  tudo no fogo  para assá-los, prensados por um tipo de pinça.  Este sanduíche tostado foi levado à Indonésia e a algumas ilhas do Pacífico alguns séculos mais tarde e muito antes de aparecer na civilizada França. 
 
Do modo como se tornou conhecido, fatias de pão de forma com recheio de presunto e queijo, coberto com molho branco e gratinado, aparece pela primeira vez em 1910, num café do Boulevard des Capucines. Nove anos depois o escritor Marcel Proust o incluiu no seu monumental  romance “Em busca do tempo perdido”.  No volume “À sombra das raparigas em flor”, conta o narrador: “Ora, saindo do concerto, e andando pela calçada que nos levava  ao hotel de Balbec,  minha avó e  eu fomos abordados por Mme de Villeparisis, que nos dizia ter pedido ao chef do restaurante ‘croques-monsieurs’  e ‘oeufs à la crème.’ Os primeiros consistiam com certeza uma novidade no cardápio e ambos sinalizavam para o bom gosto  que caracterizava esta personagem respeitável e  elegante  sob o ponto do vista do narrador.
 
Quanto ao nome, é incerto. No interior daquele país, ‘croque’ se aplica até hoje  a um sanduíche preparado com fatias grossas de brioche, cuja superfície é passada em ovos batidos antes de ser grelhado. Há uma pálida história segundo a qual os provincianos que se dirigiam à capital por algum motivo, o pediam sempre, de maneira que passou a ser chamado “croque de messieurs”. Acho mais interessante a que René Girard relata no seu livro “História dos nomes da culinária francesa”, publicado em 1947. Segundo ele, no começo do século XX, o proprietário do bistrô “Le Bel Age”, Michel Lunarca, que tinha exótica reputação de canibal, criou um sanduíche com pão de forma em lugar da baguete tradicional. Um freguês, estranhando o fato, perguntou-lhe qual era o recheio e o dono lhe respondeu: “de la viande de monsieur”, ou seja,  “carne de senhor, carne de gente.” ”Então ficou batizado como “croque-monsieur”.
 
Prepará-lo é fácil. Vamos por partes. Primeiro  o molho. Comece pelo béchamel. Em uma panela aqueça a manteiga, junte a farinha de trigo, misture bem até dourar. Acrescente o leite aos poucos, misturando  devagar  até ferver. Por dois  minutos não pare de mexer para que não se formem grumos. Desligue o fogo quando estiver espesso e junte sal, pimenta-do-reino, requeijão cremoso e raspas de noz-moscada. Misture mais uma vez e reserve. Ele será espalhado quando frio.  
 
Agora a segunda parte. Passe a manteiga nas fatias de pão e toste-as dos dois lados em uma frigideira. Coloque seis dessas fatias em uma assadeira grande, porque devem ficar afastadas umas das outras, para que não se emendem  quando o queijo derreter. Passe uma camada do molho em cada. Sobre o molho, uma fatia de muçarela. Em cima desta, uma fatia de presunto e mais molho. Termine com a fatia de pão tostada e arremate com molho. Misture o queijo muçarela  e o Gruyère ralados.  Distribua-os sobre o molho. Leve ao forno já aquecido a 200 graus por 20 minutos ou até gratinar. Sirva em seguida. Uma salada verde ou tomatinhos cereja acompanham bem. Cervejinha gelada também!

PASSO A PASSO
 
1 - Prepare o molho béchamel e reserve para usar frio
 
2 - Espalhe o molho pela superfície de seis  fatias torradas
 
3 - Disponha a muçarela, o presunto e mais molho
 
4 - Cubra com o pão restante, espalhe molho, salpique queijos ralados misturados
 
5 - Leve ao forno já quente por 20 minutos e gratine
 

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