Salada de Ano Novo para começar 2019 próspero

Ela se chama Bazargan, tem por base trigo; e como leva romã, é boa ideia para abrir a ceia.

30/12/2018 | Tempo de leitura: 4 min

Sorte: Ela se chama Bazargan, tem por base o trigo, faz parte da culinária judaica; e como leva romã, é uma boa ideia para abrir a ceia do nosso Ano Novo
Sorte: Ela se chama Bazargan, tem por base o trigo, faz parte da culinária judaica; e como leva romã, é uma boa ideia para abrir a ceia do nosso Ano Novo

Ingredientes 

2 xícaras (chá) de trigo para quibe

 2/3 de xícara (chá) de azeite
 
 4 colheres (sopa )de xarope de romã
 
 1/3 de xícara (chá)  de extrato de tomate
 
 1 colher (chá) de coentro moído
 
 1 colher (chá) de cominho em pó
 
 1/2 colher (chá) de pimenta-do-reino 
 
 200 gramas de amêndoas (ou nozes) picadas
 
 1 maço de hortelã (ou salsinha)
 
 1 colher (sopa) de limão
 
Sal a gosto
 
 1 romã grande ou 2 pequenas
 
 
 
Os judeus já celebraram em setembro seu  Ano Novo- o Rosh Hashaná de número 5778. O calendário deles é bem diferente do nossa. Pulamos amanhã para 2019. O ponto de partida de nossa contagem de tempo é o nascimento de Cristo; o deles, a criação do casal humano que povoaria o Mundo. 
 
A tradição do Rosh Hashaná é desejar que o próximo ano seja doce. Por isso não podem faltar na mesa mel e romãs. Nem o chalá agula, pão de trança redondo, que simboliza o ano que tem sempre um recomeço. É auspicioso pensar e sentir assim.
 
Seja cá ou lá, mudança  de ano, tenha ou não base religiosa, enseja celebrações marcadas em geral pela reunião da familiares e amigos. Mais que uma festa, o Réveillon, como o chamam laicamente os franceses, é uma oportunidade para “despertarmos”. 
 
Outra data bonita celebrada pelos judeus é o Yom Kipur, o Dia do Perdão, que convida  a pessoa a uma profunda meditação sobre o passado. Homens, mulheres e crianças pensam a respeito do ano que se vai, dos acontecimentos e atitudes que foram bons ou precisam ser melhorados. A partir dessa reflexão, têm a chance de avaliar seus erros, talvez fazer alguma  inflexão, e se redimir diante de Deus.
 
Por aqui, nos trópicos, vamos promovendo  uma mistura disso tudo. Fim de ano é tempo para balanço pessoal dos últimos 365 dias, de expectativas diante dos meses que virão, de esperança em tempos mais férteis e generosos. Como “há mais coisas entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia”, nós, latinos, usamos as “simpatias” que nos prometem períodos de mais alegria e concretização de sonhos. Uma rápida busca no Google nos leva a pensar na criatividade do povo brasileiro, que tem simpatias para tudo-quanto-há. De banho com ervas a cor de roupa íntima a ser usada no dia 31, a lista de sugestões é bem  comprida. Tudo para ter sorte na vida! E nessa vibe, o menu da ceia de Ano Novo deve dispor de trigo, uvas, lentilhas e romãs. 
 
O trigo simboliza o desabrochar de todas as possibilidades. Na mesa do Ano Novo ele não deve faltar. Pode estar na forma de pão e ser dividido com as mãos entre os convidados, com votos de que nunca faltem alimentos. 
 
A uva garante prosperidade e para isso é necessário comer 12 bagos, ou seja, uma para cada mês do ano. Os portugueses fazem isso  à meia-noite, uma para cada batida do relógio. Acreditam que a doçura de cada uva prevê como será cada mês. Por exemplo, se a terceira uva é amarga, março pode ser um mês difícil. 
 
A lentilha, alimento antiquíssimo citado no Velho Testamento, ganhou status de  comida-da-sorte com a chegada dos imigrantes italianos, que impuseram o costume de iniciar com ela a ceia de Ano Novo. Com seus grãos circulares e achatados, que lembram moedas, elas estão relacionadas às finanças. 
 
A romã se associa desde tempos de antanho  às paixões e à fecundidade. A romanzeira era consagrada à Afrodite, deusa da fertilidade. Mas no Brasil, o sortilégio diz respeito ao dinheiro. A tradição manda que se coma a fruta e se guardem sete sementes na carteira.
 
Juntamos na nossa receita de hoje  dois desses ingredientes da sorte:  o trigo e a romã, que aparece aqui na forma de sementes e xarope.
 
Faça assim. Coloque o trigo para quibe em uma vasilha e cubra com o dobro de água fria. Deixe  hidratar por duas horas. Depois disso, passe-o por uma peneira fina, apertando bem com uma colher para que toda a água seja escorrida.  Repita o processo até que fique bem seco. Outro método é colocar o trigo num pano de prato, fazer uma trouxinha e espremer até que não saia mais nem uma gota de água. É importante que fique bem seco. 
 
 Numa tigela funda  misture todos os temperos do molho: azeite, extrato de tomate, coentro, cominho, pimenta-do-reino,  limão, sal e o xarope de romã, que é o espírito deste prato. Ele é encontrado em casa de produtos árabes ou bons supermercados. Meio doce, meio azedo, grosso como uma calda, confere ao preparo um sabor inigualável.  Bata os ingredientes líquidos energicamente com um garfo ou fouet.  Adicione o trigo a esse molho e mexa com garfo. Verifique o sabor. Se for necessário, acrescente mais sal. Leve a mistura à geladeira por três horas. No momento de servir,  acrescente as amêndoas/nozes picadas;  a hotelã/ salsinha também picada; os grãos de romã. Deixe algumas sementes para decorar a superfície. Coalhada e pão pita torrado acompanham super bem.
 
Passo a passo
 
1 - Deixe o trigo de molho por duas horas; depois escorra bem
 
2 - Numa tigela coloque todos os ingredientes do molho
 
3 - Bata tudo muito bem com garfo ou fouet até que o molho fique liso 
 
4 - Misture o trigo ao molho e mexa com garfo; leve à geladeira por três horas
 
5 - Na hora de servir, junte as sementes de romã, as amêndoas e as folhas de hortelã. 

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