Blinis simples e chiques

A Rússia tem uma gastronômica muito rica e variada.

16/09/2018 | Tempo de leitura: 4 min

Ingredientes
Massa
 3/4 de xícara (chá) de leite integral
 1 1/4 xícara (chá) de farinha de trigo
 1/4 de colher (café) de sal
 1 colher (chá) de fermento em pó 
 1 ovo
 
Coberturas
 Creme azedo
 Caviar
 Salmão defumado
 Ovos cozidos
 Cebolinha  francesa
 
Creme azedo
 1 xícara (chá)  de creme de leite
 1 colher (sopa) de suco de limão
 1 colher (sopa) de leite em pó integral
 
A Rússia e o Leste Europeu apresentam à cena gastronômica do mundo uma culinária muito rica e variada, o que pode ser conferido pelos brasileiros que estiveram por lá para o evento da Copa do Mundo e por turistas que visitam o País vasto e belo na sua topografia e história. Por ter longo inverno e clima gélido em grande parte do ano, frutas e vegetais frescos não são muito utilizados; os produtos mais acessíveis, e portanto mais empregados, resumem-se a batatas, repolho, beterraba, tomates, cebolas, maçãs, cogumelos, manteiga, carne, pães, ovos, alho, sal e mel. 
 
Talvez a borscht, típica da Ucrânia e ideal para noites geladas, seja o mais popularizado dos itens deste cardápio. À base de beterraba, de intensa cor vermelha, leva carne, ervas e uma boa dose de creme azedo. É servida sempre bem quente, ao contrário do que acontece à versão tropicalizada entre nós, que a concebe até gelada. Por lá, sua companhia constante é um pedaço de pão de centeio ou pão de alho cobertos com queijo derretido.
 
O pelmeni  nasceu na região árida da Sibéria, onde a densidade populacional é diminuta, e seu consumo disseminou-se por toda a Rússia. Qualquer restaurante russo, seja de que tipo for, pequenino ou estrelado, exibirá o pelmeni no seu menu. Bem maior, mas parecido ao italianíssimo raviolli, aparece com três tipos de carne moída: bovina, cordeiro e porco. Seja qual for a escolhida, deverá ser bem temperada com cebolas, ervas, pimenta preta e engrossada na medida certa com um pouco de farinha. 
 
Os piroshki estão cada vez mais por toda parte. Massas de batata e farinha, no formato de pãezinhos ou pastéis, aparecem recheadas com grande variedade de ingredientes: carne, arroz, ovo, cebola, repolho, batata e cogumelos.
 
Da Geórgia, famosa por seus aromas, é a solyanka, sopa  cozida durante várias horas em fogo baixo, contendo entre seus ingredientes pedaços de carne (bovina ou suína), tomates, pepino, alho. É bem salgada! Sua textura é espessa; o sabor bastante intenso; a cor, escura. Também dessa culturalmente rica da Rússia é o exótico e apreciado culiá. Trata-se de um pão aberto, recheado com três tipos de queijo, tendo no seu centro um ovo colocado no final do cozimento e retirado do forno ainda a tempo de a gema estar mole.
 
Dada a grande quantidade de rios, o peixe ocupa lugar de destaque nesta mesa. E do mar gelado vêm as ovas do esturjão, muito apreciadas com blinis, panquequinhas de sal, uma das paixões russas. Os blinis fazem parte de um leque amplo ao qual chamam genericamente zakuski, como o fazem os árabes para nomear de forma abrangente sua variedade de metz. Blinis são, enfim, entradinhas saboreadas em geral com vodka. Em muitos pratos tradicionais, a smetana, aquele creme azedo de que falamos aqui quando publicamos a receita de estrogonofe, aparece como indispensável. Nos blinis, é essencial.
 
O caviar au blinis, como o grafam os franceses, esteve associado por muito tempo apenas à riqueza das elites; com a globalização, o mercado de ovas do esturjão (e de outros peixes de águas geladas) expandiu-se aos quatro cantos do mundo e seu consumo se democratizou. Apesar de simples, continua chique. E se for o caso, o caviar pode ser substituído por salmão defumado e até ovos cozidos milimetricamente cortados, clara e gema. A receita básica tem os ingredientes listados acima; o modo de fazer é dos mais práticos. Peneire a farinha, juntamente com o fermento e o sal, sobre uma tigela. Faça um buraco no centro do monte e adicione o ovo e o leite. Misture gradualmente com garfo ou fouet até atingir uma consistência homogênea. Se for necessário, junte mais leite aos poucos. Deixe descansar por dez minutos. Aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio e pincele com manteiga ou azeite. Encha uma bisnaga (daquelas de maionese ou ketchup) com a massa e modele pequenas rodelas na frigideira. Cozinhe os blinis at
é se formarem pequenas bolhas na superfície e ficarem dourados (cerca de três minutos). Vire com uma espátula e doure o outro lado por mais dois minutos. Sirva em temperatura ambiente, com o creme azedo e caviar. Usamos aqui o de cor vermelha; mas pode ser o preto. Para uma versão caseira do creme, coloque em uma batedeira 1 xícara (chá) de creme de leite fresco gelado, 1 colher (sopa) suco de limão, 1 colher (sopa) de leite em pó e bata até ficar em ponto de chantilly. Desligue a batedeira e utilize em seguida. 
 
A opção com salmão defumado também fica deliciosa. E vão igualmente bem os ovos cozidos. A cebolinha francesa e os pedacinhos de limão em casca, em qualquer dos casos, é um acréscimo que conta pontos ao olhar.

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