Filé com muçarela

Situado entre Europa, Ásia e África, o mar Mediterrâneo faz parte do Oceano Atlântico. Considerado o maior do mundo

09/09/2018 | Tempo de leitura: 4 min

Ingredientes:
 5 medalhões de filé mignon
 2 cebolas médias
 5 dentes de alho 
 5 tomates pequenos
 1 abobrinha italiana média
 1 cenoura média
 1 xícara (chá) de folhas de manjericão rasgadas
 Sal a gosto
 Pimenta-do-reino moída na hora (a gosto)
 5 bolas de muçarela de búfala
 5 colheres (sopa) de azeite
 ½ xícara (chá) de vinho tinto
 
Situado  entre  Europa, Ásia e  África, o mar Mediterrâneo faz parte do Oceano Atlântico.  Considerado o maior do mundo em extensão e quantidade de água,  banha três importantes penínsulas  do continente europeu: Ibérica (Espanha e Portugal), Itálica (Itália) e Balcânica (Grécia, Albânia, Macedônia, Bulgária, Sérvia  e Montenegro). No continente asiático, suas águas se espraiam pela Península da Anatólia, na Turquia. 
 
Durante toda a história da humanidade foi um mar de extrema importância. Na Antiguidade, fenícios, gregos e romanos, que o chamavam Mare Nostrum (”Nosso Mar” em latim), o usaram como caminho para o comércio com povos diversos. Depois do domínio árabe na Península Ibérica e Norte da África, durante os séculos VIII e XIV, foi pouco utilizado para este fim, mas  nos Quinhentos, genoveses e venezianos voltaram a lhe dar destaque, utilizando-o como rota  para o tráfego de especiarias - cravo, canela, noz moscada, açafrão, pimenta, gengibre...
 
Por suas  características  de clima estável, admirável biodiversidade, formação e desenvolvimento de importantes cidades, incremento da ciência náutica, da filosofia, matemática, astronomia, medicina, do urbanismo, das artes e da arquitetura, a chamada região mediterrânea produziu valores espirituais e materiais que fundamentaram  um estilo de vida que permanece em muitos aspectos da vida contemporânea. Um deles, a culinária, que ganha cada vez mais destaque por toda parte deste nosso vasto mundo.  A dieta dos povos mediterrâneos foi considerada em 2010, por um comitê da Unesco, elemento do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
 
Sempre é bom lembrar o que já disseram renomados chefs em discursos de estilos diversos: “a forma como se vive, trabalha e convive, está intimamente relacionada com aquilo que se come, porque se come e como se come.” Isso me enseja  pensar que mais do que um cardápio, a mesa de um povo  revela aquele  modo de existir que os gregos chamavam de “daiata”. Compreende várias dimensões que transparecem  nas formas de produção, preparação e elaboração de alimentos, em atividades transmitidas de geração a geração, nas refeições diárias,  nas celebrações coletivas. A mesa dessa vasta e importante região acabou revelando ao longo dos séculos  um padrão alimentar saudável e de excelência, ao qual cada vez mais está associada a longevidade dos povos ali fixados.
 
A versão mais compreendida e comum desta dieta foi apresentada, entre outros, pelo Dr. Walter Willett, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard,  em meados da década de 1990. Com base nos padrões típicos da mesa  de grande parte da Grécia e do Sul da Itália, o especialista nos apresenta uma comida não apenas saudável, com  promessas de vida longa, mas também aromatizada, colorida, saborosa e de aspecto atraente, reforçando o ditado popular segundo o qual “começamos a comer pelo olhar.” Nos pratos, muitos vegetais frescos, como se colhidos na horta pouco antes de serem usados, azeite como  principal fonte de gorduras, laticínios (principalmente queijo e iogurte),frutas secas, peixes à vontade, aves domésticas ( e não congeladas), carnes vermelhas em pequenas quantidades, e uma taça diária de vinho tinto.
 
O filé que ilustra esta página é uma entre as centenas de receitas daquela linda parte do mundo. 
 
É preparado com  azeite, vinho, tomates, cebolas, alho, cenouras, abobrinha e... manjericão. Porque se há uma erva imprescindível nesta culinária é ele, que cresce por todo aquele litoral, brota entre pedras, viceja em  vasos nas sacadas misturado a  gerânios, perfuma as ruelas.   Quer experimentar o prato? Faça assim. Corte o filé em cinco  medalhões de 4 cm de altura. Frite-os em 2 colheres de azeite bem quente para que selem. Dois minutos de cada lado e nas laterais. Só então salgue e apimente, para evitar que desidratem e a fim de que mantenham seus sucos.  Reserve-os  numa vasilha em ambiente quente, como o forno aquecido e desligado. Na mesma frigideira, sem lavá-la, junte o restante do azeite e refogue as cebolas cortadas em cubinhos até que fiquem transparentes. Acrescente os dentes de alho picadinhos. Depois, pela ordem, agregue cenouras, abobrinha, tomates, tudo cortado em cubinhos. Por último, as folhas de manjericão rasgadas. Salgue com moderação (lembrando-se de que a carne já foi temperada) e moa  sobre o refogado mais um pouquinho de pimenta-do-reino, se gostar. Junte meia  xícara (chá) de vinho tinto seco. Deixe ferver em fogo baixinho  até que tudo esteja macio. Se for necessário, junte mais um pouco de vinho. Retire os filés aquecidos, disponha na travessa onde vai servi-los e cubra-os com o molho. Por cima, as bolinhas de muçarela. Leve ao forno até que elas derretam.

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