O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm) contestou a Emdurb, na tarde desta segunda-feira (29), após a não realização da coleta de lixo orgânico em alguns bairros da cidade nos últimos dias. Segundo o sindicato, a explicação divulgada pela Emdurb em nota oficial à imprensa — que atribuiu as falhas a um “número elevado de ausências de coletores”, apesar da disponibilidade de motoristas — é considerada inadequada e incompleta. Para a entidade, a versão apresentada transfere de forma injusta a responsabilidade aos trabalhadores da coleta, o que pode gerar desgaste na relação entre os coletores e a população.
De acordo com o Sinserm, a nota oficial não menciona a falta de planejamento administrativo da empresa para o período de fim de ano. O sindicato afirma que a Emdurb já tinha conhecimento prévio de que, durante o Natal, não poderia contar com a mão de obra de reeducandos vinculados a convênio com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), em razão da concessão da saída temporária.
Ainda segundo a entidade sindical, o quadro de coletores de lixo da Emdurb está defasado há anos, sem a realização de novas contratações. O sindicato afirma que já solicitou diversas vezes o reforço do efetivo, demanda que, segundo a própria presidência da empresa, é reconhecida como necessária.
Diante da falta de servidores concursados, a Emdurb tem recorrido de forma recorrente à utilização de mão de obra de reeducandos. O Sinserm declarou ser favorável às políticas de ressocialização, mas critica o uso desse tipo de convênio como substituto permanente da contratação de coletores, o que, na avaliação da entidade, desvirtua a finalidade do programa.
O sindicato também destacou as condições de trabalho enfrentadas pelos coletores de lixo, que atuam diariamente em ambiente insalubre e sob condições climáticas adversas, ressaltando o comprometimento desses profissionais com a execução do serviço público.
Ao final, o Sinserm solicitou oficialmente esclarecimentos da Emdurb sobre o conteúdo da nota divulgada à imprensa, questionando a atribuição exclusiva da responsabilidade aos coletores, a omissão quanto à ausência dos reeducandos no período natalino e a falta de planejamento para uma situação considerada previsível. O pedido foi encaminhado à presidente da Emdurb, Gislaine Magrini.