APÓS A EXONERAÇÃO

Ex-secretária diz ter havido conluio para tirá-la do cargo em Jaú

Por | da Redação
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A ex-secretária municipal de Igualdade Racial de Jaú, Luciane Adélia de Camargo, afirmou que sua exoneração, publicada no dia 26 de novembro, não ocorreu por “atitudes incompatíveis com o decoro do cargo”, como informou a Prefeitura na ocasião, mas sim por um “aparente conluio” entre membros do alto escalão e servidores comissionados da administração. A declaração consta em nota divulgada por ela nesta terça-feira (9).

De acordo com o texto, tudo será esclarecido por meio de possíveis denúncias aos órgãos competentes para apuração rigorosa dos fatos. A ex-titular também afirmou ter sofrido “diversas intimidações” dentro da Prefeitura com o objetivo de silenciá-la.

“Não me subjugarei a essas atitudes e continuarei a combater a má gestão na Prefeitura de Jahu e a contribuir com a população negra. Durante a minha gestão, priorizei projetos e políticas públicas relativas à luta e à defesa da população afrodescendente. Não é por outro motivo que a própria Nota Oficial afirma que a nova secretária dará sequência aos projetos já em andamento”, consta da nota.

A ex-secretária agradeceu colaboradores e disse esperar que as políticas iniciadas não sejam usadas “com viés político”, mas para benefício da população afrodescendente. “Tenho orgulho de ter protagonizado essa Secretaria, que é das poucas existentes no Estado, e ter sido primeira Secretaria de Promoção de Igualdade Racial de Jaú”, finaliza.

Continuidade

Na época, a Prefeitura de Jaú informou que a exoneração ocorreu porque Luciane “apresentou atitudes incompatíveis com o decoro do cargo”. A administração nomeou Lúcia da Silva como nova titular da pasta, destacando sua trajetória de atuação junto à população negra e dizendo que ela dará continuidade aos projetos já existentes, “além de implementar novas iniciativas”. A nota municipal não detalhou que comportamentos motivaram a saída da ex-secretária.

Ocorrência

A reportagem apurou que, no dia da exoneração, um servidor comissionado da Secretaria registrou boletim de ocorrência contra Luciane por suposta ameaça.Ele relatou à Polícia Civil que os dois tinham desavenças antigas relacionadas a “interferências indevidas” no trabalho e afirmou que, naquela manhã, ela teria arremessado alguns livros em sua direção, sem causar ferimentos, além de ter tentado agredi-lo fisicamente, sendo contida por outros funcionários, e feito ameaças verbais.

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