TRAGÉDIA

Bauru: morte de cuidadora rompe período de 1 ano sem feminicídios

Por Bruno Freitas | da Redação
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Bruno Freitas
Assassino foi morto em confronto com policiais do Baep
Assassino foi morto em confronto com policiais do Baep

A morte brutal de Jéssica Pereira Silva, 37 anos, na manhã desta segunda-feira (8), interrompeu um período de pouco mais de um ano em que Bauru não registrava feminicídios. O dado, que ajuda a dimensionar a persistência da violência contra a mulher, não suaviza o impacto da tragédia: Jéssica, mãe de quatro filhos e cuidadora de idosos, foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro enquanto chegava ao trabalho, em via pública, no Jardim Carolina.

Segundo a Delegacia Seccional, este é o primeiro e único feminicídio de 2025 na cidade. O último caso havia ocorrido em 22 de novembro de 2024, na Vila Garcia. Mesmo com o intervalo entre os crimes, autoridades e especialistas reforçam que a ausência de registros não significa redução real do risco, já que agressões, ameaças e descumprimento de medidas protetivas seguem ocorrendo de forma contínua.

Tanto que o crime ocorreu um dia após mobilizações nacionais contra a violência de gênero. No domingo (7), movimentos sociais, coletivos feministas e entidades de direitos humanos promoveram atos em diversas cidades, incluindo Bauru, onde manifestantes ocuparam a avenida Getúlio Vargas para denunciar o avanço dos casos de feminicídio no País.

No caso desta segunda-feira, Jéssica tinha obtido uma medida protetiva contra o ex-companheiro há apenas 20 dias. O agressor, José Felipe Tozi Cândido, 38 anos, morreu horas depois em confronto com equipes do 13.º Baep durante tentativa de fuga, no Jardim Nicéia.

Contexto estadual

No Estado de São Paulo, 207 mulheres foram mortas por razões de gênero entre janeiro e outubro deste ano, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os números reforçam que o feminicídio segue uma realidade estrutural, apesar de variações locais.

Caso anterior 

O feminicídio registrado antes deste ocorreu em 24 de novembro de 2024, quando Francielen Alves Rodrigues, 28 anos, foi morta com uma facada no pescoço pelo ex-companheiro. O agressor foi preso no mesmo dia, escondido dentro de uma Kombi no Parque Santa Cecília.

O feminicídio é uma qualificadora do homicídio prevista no Código Penal, que reconhece os assassinatos de mulheres motivados por violência de gênero — seja em contexto doméstico, familiar ou por menosprezo ao gênero feminino. Nesses casos, a pena é mais severa, chegando a 12 a 30 anos de prisão.

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